TCUL DEU PREJUÍZOS AO ESTADO DE 123 MILHÕES KZ EM 2017

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O resultado operacional da empresa de Transportes Coletivos de Luanda EP (TCUL) em 2017 foi negativo, registando um prejuízo avaliado em 123 milhões Kz, de acordo com o documento “Quadro Actual da TCUL” a que o Expansão teve acesso.

A TCUL, empresa de Transportes Colectivos de Luanda, deu ao Estado um prejuízo de 123 milhões Kz em 2017. Registou custos operacionais avaliados em 3 mil milhões Kz, enquanto os proveitos estiveram avaliados em 2 mil milhões Kz. Contribuíram para este prejuízo os custos operacionais, que incluem o custo com pessoal, amortizações e o custo com serviços prestados à TCUL por terceiros, diz o documento “Quadro Actual da TCUL”, a que o Expansão teve acesso.

De acordo com o documento, no ano passado, a empresa facturou apenas 534 milhões Kz com o serviço de transporte de passageiros, quase o mesmo valor que teve de pagar às empresas que prestaram serviços à TCUL. O custo com o pessoal foi avaliado em 2 mil milhões Kz, sendo que os subsídios a preço, ou seja, o valor que o Estado dá à TCUL, foi de 2,3 mil milhões Kz.

O documento aponta que concorreram também para os prejuízos em 2017 a tarifa do transporte urbano, que está
abaixo do preço de equilíbrio; os atrasos no pagamento dos subsídios a preços; a falta de subvenção dos combustíveis; excesso de pessoal e de pessoal não qualificado; mau estado das estradas do casco urbano e das vias nacionais; falta de uma boa estratégia comercial; insuficiência da frota interprovincial e a concorrência desleal dos vulgos candongueiros.

Plano de sanidade inclui novos autocarros

Para inverter o quadro, o conselho de administração da empresa elaborou a “Estratégia 2018-2022”. Entre as principais medidas de curto prazo para a sanidade da empresa, a administração prevê a realização de prova de vida dos trabalhadores através do sistema biométrico; implementar um programa de reforma dos trabalhadores; relançamento da actividade interprovincial; lançamento de carreiras expressas e circulares; criação do centro de controlo operacional; informatização da empresa, através do Sistema Integrado de Gestão; aquisição de catracas (torniquete para controlo de passageiros) e estabelecer uma parceria público-privada para a gestão das oficinas, do centro de formação, do centro médico e do refetório da empresa.

No médio e longo prazo, a nova administração da TCUL prevê a aquisição de 120 autocarros de longo curso, a requalificação das oficinas centrais da empresa e o redimensionamento do pessoal.

Actualmente, a TCUL conta com 240 autocarros, mas apenas 75 estão em actividade, dos quais 60 prestam serviço de transporte urbano, dois interprovincial e 13 prestam serviço de aluguer. No ano passado, a empresa transportou 9,5 milhões de passageiros em 3,4 mil viagens afectuadas, tendo consumido 1,7 milhões de litros de combustível, de acordo com o documento “Quadro Actual da TCUL”.

A empresa prevê terminar este ano com um prejuízo de 1,6 mil milhões Kz, mas estima um lucro de 461 milhões Kz a partir de 2019. O documento a que o Expansão teve acesso justifica que o resultado negativo previsto para 2018 se deve essencialmente à baixa frota de autocarros em actividade e ao elevado custo operacional, principalmente custos com combustível e pessoal, associado ao mau estado das estradas nacionais que não permitem a exploração das rotas interprovinciais.

No documento, a TCUL pede ao Estado um fundo de maneio de 1,6 mil milhões Kz, subvenção do preço do combustível para o transporte urbano e o apoio para o pagamento da dívida do INS.

Fonte: Expansão

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