SONANGOL QUER COMBUSTÍVEIS MAIS CAROS

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A nova direcção da Sonangol defende o incremento nos preços dos combustíveis. A modalidade flutuante e variável, podendo por isso subir ou baixar, é sugerida, remetendo a decisão ao Estado.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) pretende o aumento dos preços dos combustíveis no modelo flutuante, à semelhança do que ocorre com a taxa de câmbio, de forma a rentabilizar a sua actividade.

A intenção foi manifestada pelo presidente da companhia, Carlos Saturnino, durante uma conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira em Luanda, tendo referido que os actuais preços praticados na venda dos derivados do petróleo já não se ajustam ao desempenho da petrolífera.

“Presentemente, olhando para o novo figurino das taxas de câmbio que o Banco Nacional de Angola (BNA) definiu, temos estado a pensar e a discutir e se há um intervalo para uma taxa de câmbio variável ou flutuante. Porque não estudarmos um mecanismo para os preços dos combustíveis também num intervalo flutuante e variável?”, interrogou-se Carlos Saturnino.

Nesse sentido, remeteu a decisão da subida dos preços dos combustíveis para o Estado, sublinhando que a Sonangol acha que se deveria ter feito um esforço no sentido de aumentar os preços dos combustíveis.

“É uma solicitação da Sonangol que já vem de há algum tempo. É difícil, é complicado, mas é assim que alguns países fazem, tanto mais que o preço na bomba pode subir, mas também pode descer. O mecanismo tinha de prever isto”, sustentou.

Refira-se que a taxa de câmbio utilizada para os actuais preços dos derivados do petróleo é de 155 kwanzas por cada dólar, cifra inferior à anterior taxa praticada pelo banco central, que se situava em 166 kwanzas.

Note-se que o litro de gasolina custa actualmente 160 kwanzas e o de gasóleo 135 kwanzas, um incremento em vigor desde Janeiro de 2016.

“Vejam qual é o esforço que a Sonangol faz em prol da economia e para a satisfação da população angolana. Nós pagamos uma grande parte da factura do que toda a gente utiliza em combustíveis neste país”, acentuou.

Segundo o PCA da petrolífera estatal, tudo passa pela necessidade de os órgãos centrais do Governo, nomeadamente o Ministério das Finanças e dos Petróleos, procederem à revisão dos actuais preços que tornam a companhia insustentável. Ainda que recolha grande parte do dinheiro da venda dos combustíveis em kwanzas, não consegue comprar divisas para fazer novas aquisições do produto refinado.

Dados disponíveis indicam que, da venda de combustíveis da Sonangol Distribuidora, a Empresa Pública de Produção de Electricidade (PRODEL) é a maior devedora da petrolífera, com 1,8 mil milhões de dólares, o que no entender da administração da Sonangol dificulta a concretização das transacções com o Estado, incluindo com esta empresa de energia. Acrescem a esse valor quase 800 milhões de dólares em subvenções do período anterior.

PCA nega entrega de bombas

Na conferência de imprensa, o presidente do Conselho da Administração da Sonangol rejeitou informações segundo as quais a companhia teria entregado postos de comercialização de combustíveis à petrolífera francesa Total, sublinhando que existe um acordo com o intuito de se criar uma joint venture para envolver aquela empresa na actividade comercial.

“Nenhum posto da Sonangol foi entregue à Total. Nem a Sonangol entregou, nem vai entregar os melhores postos. Não vamos dar um tiro no nosso próprio pé. Queremos melhorar, mais concorrência e competitividade. A própria Sonangol Distribuidora vai ser obrigada a ser mais eficiente”, asseverou.

Fonte: Novo Jornal

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