População do Iongo e Cassanje-Calucala município de Xá-Muteba diz-se isolada do resto do país

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Os habitantes das comunas de Iongo e Cassanje-Calucala, há mais de 40 quilómetros da sede do município de Xá-Muteba, província da Lunda-Norte dizem-se isolados do resto da província e do país, devido a falta da rede de telefonia móvel e de vias de acesso.

Jordan Muacabinda | Xá-Muteba

Na visão dos populares, a falta destes bens ao povo das duas comunas da Lunda-Norte é resultado daquilo que consideram má gestão da coisa pública por parte do governador Ernesto Muangala, que há 12 anos dirige os destinos da província.

“A falta de antenas de comunicação e estradas em condições, demonstra que é a população mais atrasada do país, por isso, estamos a clamar ao Presidente da Republica, João Lourenço para rever essa situação que nos preocupa”, desabafou um dos moradores à Rádio Angola.

Para o cidadão Armindo Moisés, é vergonhoso um município da dimensão de Xa-Muteba rico em recursos minerais, como diamantes que são explorados diariamente, mas os seus habitantes não se beneficiam de nada.

Em relação às comunas do Iongo e Cassanje-Calucala, disse que a população não consegue manter a comunicação com o resto da província e do país, por não existir antenas da Unitel ou Movicel, facto que tem permitido a caminhada de mais de 40 quilómetros a pé até à sede do município de Xá-Muteba onde está instala antenas da rede de telefonia móvel.

“Apenas a rede só é posta onde reside administrador municipal e outros órgãos do governo, obrigando assim a população percorrer vários quilómetros a pé para se comunicar com os familiares do interior”, lamentou o cidadão.

Em declarações a este portal, os munícipes das comunas do Iongo e Cassanje-Calucala afirmaram que “aqui não temos nada, como vê nem estruturas para não falarmos de infraestruturas como ganho da paz, como se tem tido, não temos”, apontou um morador da comuna do Iongo.

A população descreve que, nestas comunas, as administrações funcionam nas aldeias que se parecem “escombros. “Mesmo na época do José Eduardo dos Santos não se fez nada com o propalado ganhos da paz”, disse um dos habitantes que proferiu o anonimato, para quem o governador Muangala está na Lunda-Norte há 12 anos e só visitou uma vez, isto é, em 2016, tendo prometido melhorias, mas até aqui não fez nada”.

Para verem melhorado o quadro, os populares daquela parcela do país, apelam ao Titular do Poder Executivo no sentido de velar pelo seu quadro social, “já que estamos num novo quadro onde o lema é corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”.

População vive há décadas sem estradas

A falta de vias de acesso é outra preocupação que tem tirado sono aos habitantes das comunas do Iongo e Cassanje-Calucala.  Segundo contam, as estradas encontram-se em péssimas condições situação que tem complicado, sobretudo quando a chuva cai.

Os populares falam igualmente na ausência de assistência médica e medicamentosa, que tem complicado a vida destes em caso de doença.

O cidadão Gabriel Kabaibai entende que, “tudo isso indica a falta de capacidade e má gestão por parte do governador Ernesto Muangala”, que para ele “é vista como farrapo humano”.

A população questiona o destino que tem sido dado às verbas alocadas nestas duas comunas anualmente pelo Orçamento Geral do Estado (OGE). “Todos os anos as Comunas do Iongo e Cassanje-Calucala recebem dinheiro do OGE e das receitas locais provenientes da exploração de diamantes, mas onde vai este dinheiro?”, questiona um dos habitantes.

A comunas do Iongo e Cassanje-Calucala distam a 35 e 44 quilómetros, respectivamente da sede do município de Xá-Muteba, que conta com cerca de 164 mil habitantes.

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