Expropriação de Terreno: Fiscais da administração de Viana acusados de manter cárcere privado de família no Zango-3

Compartilhe

Agentes da fiscalização afectos à administração municipal de Viana, liderados por Sebastião Eduardo estão a ser acusados de terem colocado em cárcere privado há mais de 40 dias, uma família de camponeses, devido à luta para a expropriação de uma parcela de terra de três hectares, no distrito do Zango-3, município de Viana, em Luanda.

Rádio Angola

A família composta de dez membros, incluindo crianças, o seu responsável denúncia que estão impedidos de sair dentro do terreno vedado com um muro de mais de dois metros de altura, onde já residem há quase 30 anos, situação que segundo disse à imprensa, tem criado constrangimentos para o sustento dos filhos.

O chefe de família em “cárcere privado”, Nelson Kulaluka, juntamente com a sua família há mais de 40 dias, sem possibilidade de poderem sair do local, lamentou que, para alimentar a família, os seus irmãos é que fazem passar a comida pelos muros do quintal.

O jovem contou ao nosso jornal que nos últimos dias tem vivido um horror, tudo por culpa dos supostos agentes da fiscalização de Viana que por orientação do senhor identificado por Mauro, que colocou alguns agentes de uma empresa de segurança fortemente armados para os manterem em cárcere privado.

Nelson disse que controla o espaço e vive lá há mais de 4 anos, que só em 2020, os fiscais chegaram com um suposto proprietário, todo orientado por eles que se faz passar por dono e começaram a vedar o terreno.

A cidadã Helena João Teka, filha de Cecília Mucanza, 85 anos, que alega ser proprietária do terreno de três hectares disse a este portal que, o terreno em causa é pertença da sua da sua mãe há 30 anos, quando esta exercia actividade agrícola naquela circunscrição de Viana, pelo que afirma não ser invasora, conforme os agentes da fiscalização da administração municipal de Viana fazem parecer.

A filha da proprietária do terreno contou que, “no terreno que agora os fiscais querem se apoderar é onde ela plantava mandiocas, também onde plantavam mangueiras e outros produtos agrícolas”.

Os familiares acusam os supostos agentes da fiscalização, identificados por Sebastião, senhor Tunga e Mauro dos Cavalos, todos afectos a administração de Viana, que na tentativa de apoderam-se do espaço, moveram as forças policiais e do SIC, que torturaram e prenderam os donos acusando-os de invasores.

Senhora Helena João Teka, que acusa os fiscais de alegadamente quererem se apoderar do espaço, disse que a família “é a legítima proprietária”, por isso, “não sairá do local”.

À imprensa, a mesma exibiu os documentos, que segundo ela, atestam a titularidade do terreno em litígio, denunciando ainda que tem sido perseguida e ameaçada de morte por orientação dos supostos agentes da fiscalização, no caso os senhores Sebastião e Mauro.

O filho do primeiro coordenador do bairro Zango-3, no município de Viana, que responde pelo nome de Gaspar, disse não ter dúvidas que o terreno em “confusão” é da senhora Helena João Teka e que a sua mãe, consta na lista dos antigos camponeses daqueles arredores”.

Informações dos populares de Viana avançam que a invasão de terrenos envolvendo fiscais da administração local tem sido constante, usando meios e instituições do Estado para fins próprios.

“Os fiscais que querem apropriar-se de um terreno, colocam alguém que se faz passar como dono do terreno, enquanto eles vão tratar todos os processos, a partir da administração, em nome da pessoa que eles arranjam para se fazer passar de dono”, disse um dos moradores Zango-3.

A administração municipal de Viana, diz estar a par do que está a acontecer e promete ao Club-K pronunciar-se a qualquer momento sobre o assunto, mas o advogado da família, Elísio Gomes, lamentou a morosidade do processo que corre os seus trâmites normais.

Leave a Reply