ERCA: INCOMPETENTES OU COMPROMETIDOS? NEM UMA COISA, NEM OUTRA!

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Félix Miranda* | Membro da ERCA e da CASA-CE

De facto a ERCA tem muito; muito trabalho por fazer, uma longa estrada a percorrer com muitos obstáculos a remover para se guindar a latitude do papel que lhe foi confiado. Temos recebido em Off muitos recados sobre inúmeros casos à margem daquilo que recomendam tanto as normas em vigor como a ciência de comunicação no seu todo.

Verdade porém, não temos sabido dar respostas. Porquanto, as condições que as propiciariam, ainda não estão reunidas.

A ERCA ESTÁ EM BANHO MARIA.

No pretérito dia 19 do corrente mês, organizou-se sim e pela segunda vez no espaço de dois meses, um colóquio com um tema muito sugestivo: “O RIGOR DA INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA”, no Memorial António Agostinho Neto, com o Dr. e Docente Universitário, Africano Neto, curiosamente eleito muito recentemente como Secretário dos Jornaslistas Angolanos, à abrilhantar o sub-tema: “O rigor da notícia e a ética jornalística”, e o Vice-Presidente da ERCA, Dr Paulo Mateta conjuntamente com o Dr Ulisses de Jesus e Dr. Heráclito Guimarães, animaram o debate sobre: “Os desafios do jornalismo face às redes sociais” e na presença do Secretário de Estado para Comunicação Social Dr. Celso Malavoloneke.

Neste Colóquio bastante concorrido, os órgãos estatais foram muito fulminados, acusados de muita parcialidade e falta de rigor no tratamento das notícias e informações, surgindo na maior parte das vezes, ou quase sempre em socorro aos órgãos do Estado e Governo, mesmo estes sendo claramente apontados como prevaricadores. Dois casos foram referenciados em que por exemplo, os órgãos estatais não fizeram absolutamente nada para respeitar as normas processuais da divulgação da notícia, como foi o tratamento avulso, considerado por uns como leviano, dado ao caso ou as alegações de assassinato do jovem Lucas Chivukuvuku em que tanto a TPA, como a RNA se limitaram a bombardear a opinião pública com leituras de comunicados da Polícia, da PGR e SIC que dão todos como mais do que evidente que Lucas Chivukuvuku morreu por acidente quando os medicolegitas refutam esta tese e orientam que seja aberto um inquérito para se apurar a verdade dos factos. O que quer dizer: os órgãos da comunicação do Estado desprezaram pura e simplesmente a peritagem científica dos médicos, isto é: para beneficiar o interesse partidário, ou mais propriamente os supracitados órgãos policiais visados.

“Porque razão, em nenhum momento, a TPA e RNA se colocaram a disposição ou foram ao encalço dos factos contraditórios aos dos órgãos do Estado, esgrimidos pela família do malogrado (na voz do Presidente Abel Chivukuvuku, coincidentemente membro do Conselho da República) e diga-se, corroborados por unanimidade pela opinião pública que teve acesso as imagens fotográficas do corpo barbaramente mutilado?”, questiona-se.

Nestes e outros casos reportados durante o colóquio e os que nos têm chegado por outras vias, a ERCA vê-se realmente impotente, por não dispor de meios e macanismos técnicos afins.

Estamos sim em Banho-maria. Pois, ainda não nos foi dado os meios para efectivamente se proporcionar trabalho e corresponder com as responsabilidades que nos foram acometidas. A ERCA continua a aguardar que a Assembleia Nacional dê o seu Agreement para começar a actuar, apesar de se enunciar a ERCA como um órgão de caris republicano, independente e ter surgido faz já quase um ano.

Aquele abraço.

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