CAZENGA: CORRUPÇÃO PARA OBTER O BILHETE DE IDENTIDADE

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A unidade móvel para emissão do Bilhete de Identidade do Tala-Hady, município do Cazenga, tem registado inúmeras deficiências no seu funcionamento, dentre as quais, o tempo de emissão dos bilhetes, a necessidade dos requerentes estarem no local pela madrugada e a obrigação de pagar aos guardas.

Texto de António Raimundo

Ao contrário da anunciada emissão em dois dias, segundo a directora nacional do arquivo de identificação civil e criminal, Felismina Gandu da Silva, durante o lançamento oficial do novo bilhete denominado integrado, os requerentes têm aguardado no mínimo três semanas para receberem o documento.

Antes, os cidadãos têm de fazerem-se presentes no posto móvel pela madrugada com vista a colocarem o seu nome numa lista organizada pelos agentes de segurança. Para o efeito, têm de pagar aos seguranças mil Kwanzas para a inscrição. Esse pagamento não é oficial, sendo que os cidadãos são obrigados a pagar sob pena de não serem atendidos, pois o esquema está interligado com os funcionários do posto, segundo requerentes em entrevista a Rádio Angola.

Porém, o pagamento para constar da lista não pressupõe celeridade no atendimento. Filipe Joaquim António lamenta pela situação que “está a originar muitos transtornos”. Enquanto “outros têm a sorte de ter o bilhete em três semanas ou um mês”, Filipe António aguarda pelo documento desde Fevereiro de 2017. O cidadão lembra o risco de vida que corria para se deslocar ao posto quase sempre às 4H da manhã até conseguir tratar o bilhete, que entretanto espera pela entrega há quase um ano.

A cidadã Angelina Manuela reconhece, pelo contrário, eficiência no serviço “porque em menos de trinta minutos obtive a senha de atendimento para os meus filhos”. O mesmo disse Jesus da Silva que disse “não haver motivos de reclamações”.

O posto atende diariamente aproximadamente 40 pessoas, segundo um funcionário, e não cobra para a emissão do bilhete pela primeira vez, sendo 450 Kzs o valor cobrado pela reemissão, valor este depositado numa conta do ministério da Justiça e Direitos Humanos no BPC.

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