Antigos militares prometem nova manifestação no Palácio Presidencial da Cidade Alta

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São dezenas de generais e oficiais reformados, incluindo viúvas e órfãos de guerra, que agendaram sair às ruas de Luanda nos dias 23 e 25 de Março, para uma marcha até ao Palácio Presidencial da Cidade Alta, para junto do Comandante-em-Chefe, João Lourenço pedir explicações quanto ao “silêncio” das autoridades sobre a dívida dos pensionistas.

Radio Angola

O caso não é novo, remonta há 12 anos e os pensionistas afirmam que, de lá para cá, a condição social dos antigos homens e mulheres do gatilho “é cada vez mais insustentável”, e que vários oficiais reformados “devido a uma vida de indigência morreram”.

Segundo os pensionistas, desde 2008, que vários oficiais generais, superiores e subalternos, viúvas e órfãos de guerra viram os seus subsídios cortados pela caixa social das FAA, ao que dizem ao “arrepio da lei”, registando assim cortes de alguns subsídios e aumentados os impostos por “decisão superior”.

O brigadeiro na reforma José Alberto Nelson Limuqueno disse ao O Decreto à margem do encontro com os associados na Feira Popular, em Luanda, que em que ficou determinada a realização da marcha para os dias 23 e 25 de Março, que o processo foi levado à justiça e o tribunal que ordenou o pagamento dos valores aos pensionistas, mas de acordo com o oficial reformado, “até ao momento nada foi resolvido”.

“Se até ao dia 23 de Março o camarada presidente João Lourenço não orientar o pagamento do nosso dinheiro, todos nós em massa sairemos a rua e eles é que sabemos se vão nos matar”, disse o brigadeiro reformado.

A Caixa de Segurança das Forças Armadas Angolanas – CSS/FAA, é uma instituição pública tutelada pelo Ministério da Defesa Nacional e tem como objectivo social o asseguramento da protecção social dos militares nos termos definidos pelos campos de aplicação pessoal e material, de acordo com o Decreto Lei nº 16/94, de 10 de Agosto, do Conselho de Ministros, diploma que regula o Sistema de Segurança Social das FAA.

O dinheiro que tem sido reclamado pelos ex-militares, em consequência dos descontos que alegadamente são feitos fora do estabelecido, está acima de 340 milhões de kwanzas desde 2009.

JOÃO LOURENÇO NÃO QUER RESOLVER O CASO PORQUE TAMBÉM TEM O RABO PRESO”

Ângela Nascimento, coronel na reforma, afirmou a este portal que todos os anos os oficiais reformados realizam manifestações de rua e concentrações defronte à Caixa de Segurança Social das FAA, mas lamenta que o “grito de socorro nunca é ouvido” pelas autoridades competentes.

Para a mulher que alega ter perdido a sua juventude e parte da sua vida em defesa da “mãe pátria”, “nenhuma autoridade manifesta-se solidária com a sua causa, quanto ao não pagamento da dívida de mais de 340 milhões de kwanzas.

Disse que o Presidente da República, João Lourenço domina o assunto, pois durante muitos anos foi Ministro da Defesa Nacional, pelo que não entende as “motivações” e o “silêncio” do Titular do Poder Executivo.

“O Presidente João Lourenço não manifesta vontade em resolver o problema porque também tem o rabo preso, já que parte do dinheiro é depositado no Banco Sol, onde ele é accionista”, frisou a antiga combatente.

O grupo faz parte da Associação dos Ex-Oficiais Generais, Superiores e Subalternos Reformados de Angola, que conta com mais de 350 associados.

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