Sobre o Plano Nacional de Formação de Quadros em Angola – Florindo Cinco-Réis

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Parece-me que até hoje ainda temos dificuldades em definir que tipos de quadros queremos formar, em que áreas formar e qual é o perfil de saída dos mesmos. Sou de opinião, que o Estado Angolano deveria rever bem o Plano Nacional de Formação de Quadros principalmente no Ensino Médio.

Nos dias de hoje, não podemos formar só por formar, é necessário formar tendo em conta as necessidades de quadros nas áreas onde há défice. Digo isto, porque me parece que não estamos a seguir a pedalada do desenvolvimento, porque actualmente já não se justifica formar o homem somente do ponto de vista teórico.

Teóricos em Angola já temos muitos, e a maioria estão desempregados porque não sabem fazer mais nada para além de interpretarem certos fenómenos sociais onde a subjectividade é a prática mais comum.

Está mais que provado que em nenhuma parte do mundo o Estado consegue empregar todos os seus cidadãos. Por isso, seria bom se mudássemos de paradigma. Nos dias de hoje já não se justifica a existência de tantos Liceus onde a essência dos mesmos é mais teórica do que prática.

É urgente transformar alguns Liceus em Escolas Politécnicas com cursos atractivos, porque depois da formação dos estudantes os mesmos conseguiram sobreviver, criando seus pequenos negócios sem esperar que os mesmos sejam empregados pelo governo.

As grandes potências mundiais conseguiram desenvolver porque apostaram mais nas áreas técnicas e práticas. Acredito eu, que não seria nada mal se seguíssemos o mesmo modelo.

É necessário adoptarmos a educação de subsistência. Devemos apostar mais nos cursos como Agricultura, Agronomia, Pescas, Electricidade, Mecânica, Arquitectura, Electrónica, Medicina, Enfermagem, Construção Civil, Alvenaria, Canalização, Costura e tantos outros cursos com finalidade prática.

Engenheiros em Angola precisam-sem e muitos. Dizia Karl Marx “o mundo não precisa somente ser interpretado, é necessário que o mesmo seja transformado”

Se queremos diminuir a pobreza extrema que existe no país, devemos apostar com seriedade na Formação Profissional dos cidadãos. Temos que inverter a pirâmide. A Formação Profissional é a base para o desenvolvimento de qualquer país.

Até lá…

Estamos juntos.

O nosso compromisso é com a ciência

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