SJA APELA AO BOICOTE AO PARLAMENTO PELA IMPRENSA

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O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), na voz do seu secretário-geral Teixeira Cândido, apelou ao boicote da imprensa angolana às sessões da Assembleia Nacional devido aos maus tratos a que os profissionais têm sido vítimas. A medida consta dum documento enviado aos órgãos de comunicação social no dia 19 do mês em curso.

Texto de Simão Hossi

O apelo surgiu no dia seguinte à última sessão plenária ordinária, realizada na segunda-feira, 18. Para além do confinamento numa sala onde são colocados os jornalistas no interior do parlamento para, pela televisão, acompanharem o desenrolar dos debates e votações no hemiciclo, elementos identificados como membros do gabinete de comunicação e imagem do parlamento exigiram, na referida sessão, que o repórter de imagem da TV Zimbo interrompesse a gravação que fazia, numa altura em que o profissional colhia as imagens do plenário por meio de uma tela com uma coluna de som ao lado.

 

Os elementos “estranhos” fizeram fotos aos jornalistas presentes na sala, local onde são confinados os jornalistas, situação que afectou também os profissionais dos órgãos de imprensa estatais, tais como RNA, Jornal de Angola, Angop e TPA.

Minutos depois, um oficial da Polícia Nacional apareceu na sala reservada a imprensa. O oficial, que nesta altura acompanhava o desabafo dos jornalistas da ANGOP, Lusa, Despertar, Jornal de Angola e Ecclésia, descontentes com a atitude dos funcionários do gabinete de comunicação e imagem, num tom ameaçador insurgiu-se contra os jornalistas, tendo expulsado os mesmos das instalações.

Esta e outras situações têm colocado os jornalistas numa condição deplorável para fazer o seu trabalho de informar e formar com verdade o público eleitor, sendo que para o sindicato estas práticas e a atitude do parlamento é demonstração do recuo no que diz respeito ao exercício da profissão de jornalistas em Angola.

Desta forma, o documento do SJA é directo: “apela à solidariedade dos responsáveis dos órgãos de comunicação social no sentido de boicotarmos à próxima sessão do Parlamento”, acrescentando que “os jornalistas exigem respeito, nos mesmos termos que estão sujeitos a deveres”.