SIC ENTERRA CADÁVERES DE CIDADÃOS ASSASSINADOS NO CUANGO SEM CONHECIMENTO DOS FAMILIARES

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Os populares do município do Cuango, província da Lunda-Norte denunciam que, nos últimos dias, vários cidadãos, na sua maioria garimpeiros e camponeses, foram assassinados nas zonas de exploração de diamantes por supostos efectivos da corporação envolvidos na “operação transparência” bem como pelos agentes de segurança da empresa privada “Kadiapemba” que protege as minas de diamantes.

Rádio Angola

A região do Cuango continua a registar actos de mortes de civis, acções atribuídas a determinados agentes da autoridade e seguranças das empresas privadas. “O Decreto” apurou de fonte segura que, as minas de diamantes que são protegidas pelos seguranças privados, a sua maioria pertence aos generais e altas patentes da corporação. “Umas dessas empresas de segurança que está a criar terror no seio da população aqui no Cuango é a Kadiapemba”, disse a nossa fonte.

A fonte que temos vindo a citar revela que, nos últimos três meses do ano em curso, os agentes da Polícia Nacional (PN), Serviço de Investigação (SIC) e de Protecção Civil e Bombeiros (PCB), encontram durante as suas operações, alguns cadáveres nas matas e nas margens do rio Cuango, alguns dos quais com sinais de espancamentos e outros com margas de balas cravadas no corpo, cujos autores dos supostos crimes até ao momento não conhecidos.

O caso mais recente, segundo dados avançados é de um jovem identificado apenas por Lucas, residente no sector de Cafunfo e que desapareceu no seio da família no mês de Abril, quando este tentou deslocar-se a uma zona de exploração diamantífera e não mais voltou à casa. Os familiares procuraram por ele em vários lugares, incluindo em esquadras policiais de Cafunfo, Cuango e Chamuteba, mas não o acharam.

O caso foi apresentado a Polícia e 15 dias depois, o corpo do jovem desaparecido foi encontrado pelos agentes do SIC nas margens do rio Cuango já em estado de decomposição.

“Os afectivos da Polícia e do SIC enterraram o cadáver sem dar a conhecer à família”, disse a nossa fonte, para quem “não é único caso do gênero, só este ano já são quatro pessoas que o SIC enterrou sem o consentimento dos familiares”.

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