Resumo Do Encontro De Ativistas De Benguela Com Governador Rui Falcão

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Texto publicado por Eduardo Ngumbe

Num encontro realizado na sala de reuniões do Palácio da Praia Morena, sua residência oficial, com duração de quase 4horas, isto é, das 11h: às 14:40 minutos, o governador respondeu algumas questões e anotou as demais tendo prometido ir atrás das preocupações mais prementes levantadas por alguns ativistas que fizeram-se presentes em número de 12 vindos de 3 municípios; Benguela, Lobito e Catumbela.

Àquilo que os ativistas apontam como nota negativa foi o facto de os serviços do protocolo terem-nos obrigado a desfazer-nos dos telemóveis, impossibilitando deste modo a captação de registos fotográficos, vídeo e áudio. Mas este mal-estar foi prontamente justificado com o facto do encontro estar a decorrer à portas fechadas.

Aos ativistas não lhes foi quortada a liberdade de se expressarem livremente. Todos quanto faziam parte do encontro foi-lhes dado oportunidade e tempo suficiente sem controlo remoto para exporem o que traziam na agenda.

Questões como: Saúde, Educação, Criminalidade, Saneamento Básico, Mobilidade urbana e periurbana, Energia Elétrica, Água, Pedonais do Luohngo, Prestação negativa dos serviços de registo e identificação, Valas de drenagem, Comparticipações escolares e demais, Dominaram o encontro.

Quando apresentamo-nos como membros em representação da sociedade civil o governador respondeu dizendo que não éramos nada membros nem representantes da sociedade civil, pediu que dissessimos quem realmente somos porque nós conhece muito bem. Disse inclusivé que tem estado nas manifestações realizadas por nós e, só não lhe temos visto porque nunca nos interessamos em vê-lo.

*Questões/preocupações dos ativistas:

Eduardo Ngumbe

I – Desemprego e as promessas dos 9mil postos de trabalho directos e 11mil indiretos com a construção da famigerada refinaria do Lobito. As promessas feitas publicamente datam desde 2018 e até a data dos factos nada se vê.

II – Dificuldades de mobilidade…
A histórica estradas que liga bar africano a Catumbela passando pelos bairros do São João, Calumba e Santa Cruz. Estrada da Caponte nos dois sentidos, estrada do bairro da luz nas imediações da administração local num sentido e prédio branco no outro.
a) Explicações dos projectos beneficiados pelo PIIM

III – Falta de água a zona alta, sobretudo nos bairros novo, centralidade do Lobito, alto Liro, Zâmbia, elétrica etc.

IV – Eletricidade no bairro da boa vista, que, ao meu ver, é o maior bairro do Lobito atualmente. A Eletricidade só abrangiu uma parte e as outras residências lhes estão a ser cobradas comissões com justificativas de compras de postes, cabos etc.

V – Estado degradante da maior praça praça a céu aberto do lobito ( chapanguele). Sobre essa praça já se ouviu muito mas o certo mesmo até aos dias que correm tudo quanto se disse não passou daí. Sendo aquele sítio um eixo que liga a zona baixa a zona alta… Estrada nacional número 100

VI – As rádios locais públicas Continuam a prestar mau serviço. Elas continuam ao serviço do partido estado e isso dificulta-te a governação senhor governador, essas rádios não falam a verdade, continuam com os comportamentos antigos e isso, ao ver ver, dificulta a governação porquanto não dão a conhecer os reais problemas.

Jaime Ndala

I – Falou dos problemas de saneamento básico dos bairros em Benguela. Com realce a cera antiga, evacuação das águas das chuvas, lixo. Estado deplorável do mercado das tombado no bairro de Kasseque.

II – Problema relacionada com o campismo, prostituição, cobrança de 20.000kz para alguns exercerem atividade desportiva e custo zero para outros ditos privilegiados

III – Pediu intervenção na estrada do supermercado Maxi

IV – Comparticipações escolares e estado degradante de algumas escolas

V – Delinquência nos bairros Cera antiga, Kalomanga, Ilha, Kandulem etc

Aviso Bota

I – Valas de drenagem do Lobito, mais do que limpar, ela precisa de ser ampliada visto que a densidade populacional de 1975 não é a mesma de hoje.

II – As lojas dos registos prestam, em diversas ocasiões, péssimos serviços aos cidadãos com erros grosseiros de nomes e suas condições sexuais. Quando isso acontece são os cidadãos obrigados a pagar quantias monetárias pelos erros cometidos por aqueles senhores.

III – estado degradante do pedonal do Luhongo

IV – Vítimas das chuvas do ano passado na Catumbela continuam a viver de favores de vizinhos e as promessas feitas pelo governo nunca chegaram

António Pongoti

I – Convidou o governador a visitar Canata e apontou possíveis soluções

Duma

I – Questionou a prioridade da empregabilidade dos trabalhos com rasuavel tacha salarial que até então tem sido dirigido aos estrangeiros.

II – Para os técnicos formados em áreas de soldadura e caldeiraria pela sonamet , formação essa suportada financeiramente pela Sonangol hoje estão atirados a sua sorte.

Jovem da Damba Maria

I – Criminalidade crescente na sua zona que, segundo ele, só tem uma esquadra móvel que não move.

Albino Elavoco

I – Reportou questões de criminalidade na Catumbela

Tudo o resto foram pontos de vista e sugestões, porque os outros viram-se ultrapassados pelas questões colocadas pelos primeiros

Ladeado pelos senhores da sua equipa de governação, nomeadamente: Justo de Carvalho – secretário do governo provincial, Rosa Ndepele – gabinete jurídico, Joao Júlio – … e Manuel Abel – Comunicação e marketing do governo provincial o governador começou por responder as questões da seguinte maneira:

SOBRE A REFINARIA / EMPREGO –

Eu nunca disse isso que acabas de dizer. Se calhar andas a ouvir outra pessoa que não seja eu. Eu nunca sai ao público para dizer que a refinaria arrancaria em 2018 tão pouco 2019. Quando cheguei como governador da província de Benguela o projecto da refinaria havia sido rasgado. Isso significa que, o mesmo havia sido anulado. Até porque já havia um projecto de imobiliários pronto a arrancar naquele espaço. Foi graças a mim que depois de estudos de dossiers feitos em 9/10dias, solicitei a vinda do presidente da república, lhe expliquei o que havia sido feito até então e reativamos o projecto. Neste momento, sobre questões referentes a refinaria, estamos apenas na quarta fase. Já pssamos as seguintes :

1- Discussão – quantidade do brent que prevemos produzir 200.000 barris dia.
2 – questões técnicas/análise do projecto.
3 – Depois de aprovado incorporamos o projecto Petro-químico a refinaria
4- Estamos a trabalhar na planta da mesma refinaria que menos dia mais dia ficará pronto. Depois vêem os recursos e especialistas para montagem da mesma.
2020 adivinha também difícil para a vida dos cidadãos porquanto parte do OGE será alocado para cobrir as despesas da dívida.

Nada do que já foi feito ou continua sendo feito tem que ver com PIIM, o PIIM só entra em vigor no ano que vem.

ENERGIA –

a barragem do Biopio hoje produz ZERO. Anulamos o Biopio porque havia grandes riscos de derrocada. Essas pessoas que vocês dizem viver em zonas de riscos, estavam expostos aos riscos maiores com aquela barragem em funcionamento. Aliás, a parte litoral de Benguela está sob zona de risco e vocês sabem.
Atualmente estamos numa produção de 92% de Energia que consubstancia-se na produção de200MW, Quando cá cheguei a produção rondava entre 78 a 79%MW, a ideia é chegarmos até 2022 a 400MW porque estamos a negociar a segunda linha do Kwanza Norte, já falei ao presidente da república sobre essa nossa pretensão na última reunião de governação local realizado no Kuanza sul. A barragem do lumaum quase que encontra-se inoperante. Dantes sempre que chovesse o défice de energia por toda Benguela era grande porquanto não havia sistemas de seguranças dos relâmpagos e , quando molhassem os reatores quebrava o sinal, hoje, temos isso controlado.

ÁGUA –

Benguela consome 100% da água que produz. Não há um litro sequer de reserva.

SAÚDE –

Acabei com o monopólio da venda do oxigénio. Hoje poupamos menos 70% dos recursos que gastávamos com negócios de gente com intensão de prejudicar o estado. Daqui ha dias vamos equipar os serviços de reologia. Benguela, é, atualmente, a única província que trata e dá de graça os remédios a diabéticos…

TRANSPORTES PÚBLICOS –

O que acontece , ao contrário daquilo que se especula, é o facto de não haver, até então, empresa de transportes públicos comprometidas em honrar com os compromissos. Abrimos um concurso público onde, das que ganharam, só uma pagou a primeira prestação dos valores que são : 11.000.000kzs por cada kit de tratores. Os demais querem levar os meio sem pagar, eu não aceito isso. Só por isso os meios estão aí parados. Ainda vi há dias um autocarro do Huambo com fim de fazer percursos intermunicipal cá em Benguela a fazer interproviacial. Isso eu não aceito, porque, para mim, o tempo das vocas gordas, o tempo do estado providência acabou! O vosso problema consiste em não querer vir ter connosco pedir justificações, vocês autolimitam-se porque querem fazer show-of.

Atualmente estamos a asfaltar a via da rua D’angola, cine Kalunga, depois disso vamos atacar a estrada da maxi, não porque vocês pediram, é porque já está nos nossos projectos.

LOJA DOS REGISTOS –

A falta de uniformização é um problema nacional, eu tive de ir a Luanda renovar o meu bilhete de identidade depois de estar duas horas na fila dos registo de Benguela. E para evitarem erros nas vossas documentacões passem a observar antes de os levar e, para aqueles funcionários que cobram dinheiro processam-os.

CONCURSO PÚBLICO

Quando chegámos cá havia problemas de dois concursos públicos viciados, conseguimos ultrapassar o impasse com lisura. Porém, infelizmente, estamos apenas limitados em dois sectores e estamos a trabalhar para estendermos as oportunidades.

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Não iluminamos a rua do Kalunga até a rotunda do kmzero sabem porquê? Porque roubaram- nós os cabos.

O problema da Canata consiste na requalificação total dela. Mas também isso merece estudos porque eu não posso chegar lá , sacrificar as mais de 11.000 familias que estão lá, e, sobre a questão da Califórnia deixa- vos dizer que a própria Califórnia nos estados unidos já existia antes da independência dos Estados Unidos, portanto, é para ir se fazendo. Vocês podem até duvidar, mas deixam-me vos diz que atualmente Benguela é o exemplo de governação nacional. Enquanto governador de Benguela, nunca saí em missão de serviço para o estrangeiro, saí apenas no dia 5 de outubro para os Estados Unidos com propósito de atrair investimentos de industrialização de Benguela, não gasto dinheiro à-toa com deslocações em reuniões com mais de 5.000 participantes onde não me conhecem.

Há aqui, coisas muito importantes reportadas por vós e anotadas por mim que vou atrás destes dados.

Vocês gostam de julgar as pessoas sem as conhecer. Eu, por exemplo, pago, com meu salário, universidade de mais de 100 jovens em Benguela. A única coisa que eu vos posso pedir; é que deixassem de nós criticar. As coisas não são como vocês pensam, ( apontando o dedo ao Eduardo Ngumbe, disse: eu sou igualzinho a ti, nada me diferencia de ti. Tenho os mesmo sentimentos que tu, eu também gostaria que se construísse infraestruturas com a pressa com que se sacode um lençol, gostaria igualmente de ver isso tudo iluminado com um clique a um botão qualquer, mas as coisas as vezes não são como pensámos).

Os meus filhos pressionam-me para deixar disso, mas graças a Deus tenho uma mulher que sabe me aturar.

– Foi quando o ativista Olímpio convidou o governador a demitir-se por incopentecia. O governador respondeu dizendo que não iria demitir-se já mais porque os verdadeiros soldados não desistem. Demitir-se é acto de cobardia! Na ligeira troca-de palavras o governador ameaçou expulsar o ativista da sala caso continuasse a optar por confrontos verbais com ele.

O governador afirmou não ter interesses com nada e com ninguém, graças a ele, hoje, em Benguela, já se consegue destinguir político do empresário. Disse- nós ainda que que ando lançaram concurso público para a construção de uma infraestrutura concorreu alguém/empresa que nem casa de banho consegue construir a concorrer para a construção de um prédio!
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Obs: Quando falávamos sobre questão relacionada com à energia, elogiámos o esforço que se tem feito neste sector que, se formos a comparar com anos idos, está ligeiramente melhor. Só isso. A ideia que o periodicista da página do governo provincial tentou vender não condiz com a realidade dos factos. É firulista aquele madié!

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