POPULAÇÃO DA LUNDA-NORTE DIZ QUE PROVÍNCIA ESTÁ TRANSFORMADA NUM “LABORATÓRIO DA MORTE”

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O país alcançou a paz do calar das armas a 4 de Abril de 2002, ano em que morreu em combate o líder fundado da UNITA, Jonas Savimbi. De lá para cá, são passados pelo menos 17 anos, que não se ouvem mais tiros protagonizados entre a UNITA e as forças do governo do MPLA. Durante os 27 anos de guerra civil, sangue de milhares de angolanos jorrou em todo o país, deixando milhares de órfãos, viúvas e viúvos, bem como destruição do país.

Texto de Jordan Muacabinza

No leste do país, a população diz que o clima de paz que se vivo pelo resto de Angola, na região das Lundas não se faz sentir, pois, continua a testemunhar o derramamento de sangue. De acordo com os populares ouvidos pela Rádio Angola, a província da Lunda-Norte está transformada num “laboratório da morte”, mesmo na actual gestão liderada pelo Presidente João Lourenço.

Segundo os habitantes, os agentes da Polícia Nacional de Ordem Pública, Polícia de Intervenção Rápida (PIR), Polícia de Guarda Fronteira (PGF), Forças Armadas Angolanas (FAA) e outras forças paralelas têm assassinado vários cidadãos nas zonas de exploração de diamantes na província da Lunda-Norte, tal como acontecia na época de José Eduardo dos Santos.

A titulo de exemplo, contam, a 28 de Abril último, a pequena Júlia Pinto de 10 anos,  que regressava à casa quando saia da escola onde frequentava a 3ª classe, pelo caminho foi atingida por uma bala pelas costa e teve morte imediata no local, segundo a denuncia dos pai.

A mãe da adolescente descreveu que a sua filha foi atingida pelos “militares do governo do MPLA” na sequência da morte de um garimpeiro identificado apenas por Jeremias, por um segurança da empresa DSL que protege uma das minas de diamantes na aldeia de Kambau, comuna de Calonda, onde segundo testemunhas, os jovens vão todas às manhãs a procura de pão para sobre viver.

Estes entraram em desaire com a segurança que balearam dois cidadãos, os quais um identificado por Jeremias, morreu na hora e o Lukas (seu cunhado) que foi atingido no braço. Quando os familiares foram exigir a polícia que lhes entregasse a vitima, depois das autoridades policiais terem trazido o cadáver até ao bairro, levaram à Morgue,  enquanto os familiares pediam que lhes desse o cadáver o que a polícia e os militares não permitiram.

“Naquilo de puxa-puxa”, lembram as testemunhas, os comandos militares juntamente com a polícia começaram a disparar contra os populares indefesos, foi nesta circunstância que a menina de 10 anos foi atingida mortalmente por um militar identificado por “Tufa”.

A população reclama que, desde 2002, ano em que terminou o conflito armado em Angola, na província da Lunda-Norte, os populares não conhecem o clima de paz reinante pelo país. “Aqui na Lundas continuamos a registar mortes de forma selectiva como na época da guerra. A paz só está nas outras províncias, aqui no leste não”.

Segundo as denuncias, na localidade de Calonda, houve uma chacina no incidente que tinha sido promovido pela segurança privada com o envolvimento da Policia de Ordem Pública, Intervenção Rápida (PIR), Militares das FAA e outras forças do Governo, tendo resultado na morte de 17 cidadãos indefesos.

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