O regresso de Eugénio Laborinho e o conforto das “damas” de Cacuso – Santos Malamba

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É sempre regozijante ver um filho da terra nos caminhos do sucesso, que não é o caso do kota Labuta, como é tratado pela juventude malangina, porque ele é já um sucesso consolidado e há décadas.

O regozijo é maior ainda quando o filho da terra volta ao bairro onde está enterrado o cordão umbilical, como fez o mano Labuta no fim de semana passado que, de certo, terão vindo com ele mais malanginos acrescendo a nossa satisfação.

O regozijo é, no caso, maior que supera os níveis normais de satisfação quando vimos que, apesar da idade o kota continua com aquela garra de sempre.

Trabalhos daqui, trabalhos acolá que demonstram que, de facto, há uma vontade enorme, um querer que transcende o simples esforço humano e um pensamento de superação permanente.

O regozijo é e foi, ainda, bem maior, quando a administradora municipal de Cacuso me informou que o kota estaria de volta ao Cacuso, (depois de cá ter passado e lançado a primeira pedra para a construção da Unidade Integrada do MININT) desta vez para visitar, a cadeia feminina do Cacuso.

Recepcionado, no dia de regresso a Luanda, procurei fazer parte do grupo de pessoas de cá da zona que recebeu o kota e durante a visita ao estabelecimento mais regozijado fiquei.

Fiquei pela forma simples e natural como se posiciona diante de pessoas cujo nível de vida, em todas as vertentes, é díspar.

Fiquei pela forma como falou, em primeiro lugar, com o pessoal que trabalha naquela cadeia, maioritariamente do sexto feminino, em segundo lugar o diálogo aberto e franco que manteve com as detentas que se encontram a cumprir penas no estabelecimento.

Fiquei quando, em certo momento, disse e eu cito – não se sintam abandonadas, excluídas da sociedade porque nós estamos aqui para partilhar o nosso amor, carinho e afecto. Aliás, a cadeia é um sitio onde qualquer um de nós pode parar. Fim de citação.

Foi emocionante ouvir estas palavras. Foi emocionante ver o kota Labuta a conversar com as moças na pura informalidade, foi emocionante ver as moças a chorar porque estavam ao lado do Ministro. Foi emocionante ver elas bem junto do kota, a tirar fotos, “self” e a apresentarem uma serie de preocupações.

Foi emocionante ver aquela senhora detida e com uma criança de pouco mais de três anos no colo e a fazer fotos com o kota Labuta.

Enfim, o regresso do kota trouxe um conforto a todas as damas da cadeia feminina de Cacuso e espero que com isto elas tenham percebido que, na verdade, estar na cadeia não é o fim do mundo.

Espero que percebam que, na verdade, embora estejam com a liberdade privada a vida vai continuar e deve ser bem aproveitada.

Para terminar, espero que o kota Labuta continue a ser esta pessoa simples, natural e vai ao terreno ver de perto as dificuldades que os efectivos passam.
Um kandando do teu conterra Santos Malamba.

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