O PR JOÃO LOURENÇO NÃO É UM DEUS, NEM UM JESUS CRISTO, O QUE O POVO PENSOU?

Compartilhe
Elias Muhongo

De recordar que, continuamos sempre na contagem, depois de 9 meses e 9 dias, como Presidente de Angola, João Lourenço. Como também continuamos a ver todos os intervenientes do processo apelarem os seus democratas que estão dentro de si, para ultrapassar as mágoas decorrentes de um resultado inesperado nas urnas. Na verdade, o dia 23 de Agosto ficou mesmo marcado, para trás memorizado como o dia de um grande momento em que os angolanos enviaram um sinal forte ao mundo que sabem fazer escolhas, que sabem desdobrar-se em ambiente de campanha política e eleitoral, que sabem conviver na diferença política e cultural, e mais importante ainda, que percebem de democracia.

Os eleitores angolanos estão à altura de qualquer outros eleitores, mesmo que sejam arrolados para este exercício quadros comparativos de democracia ao estilo ocidental. Ficou na verdade, para a história o grande exemplo de participação no dia de votação: O dia de 23 de Agosto passou, agora, a ser o padrão daquilo que se procurava para definir o perfil de orientação, debate e escolha dos representes do povo angolano. Podemos dizer, sem nenhum receio, que a fórmula foi finalmente encontrada, como diz, o ilustre Altino Matos. Aqui estamos todos de parabéns!

Mas as coisas entre nós não estão bem, quanto à gestão do provável resultado final, como revelam os relatos primeiros e continuados das forças políticas da oposição. Pois a divulgação dos resultados provisórios fala por si. Enquanto os eleitores preocuparam-se em fazer o trabalho de casa, perspectivando um possível resultado contrário às suas expectativas, tornando mais fácil por isso o processo de interpretação dos resultados, os políticos centraram-se unicamente na sua perspectiva, fechando o campo de visão, e com isso, anularam toda e qualquer forma de análise que permitisse vislumbrar vantagens futuras, presentes nos resultados actuais.

Percebe-se, por mais incrível que pareça, que os eleitores estão um passo à frente dos políticos, ao demonstrarem não apenas sentido de Estado, mas domínio de informação eleitoral e disputa política. Outra nota de relevo, os eleitores jamais admitiram se quer um quadro de rejeição total dos resultados ou que sejam colocados entraves ao processo político.

Nessas contagens do povo, todos os intervenientes do processo devem apelar ao seu Eu democrata que está dentro de si, para ultrapassar mesmo na verdade, as mágoas decorrentes de um resultado inesperado nas urnas. Devemos ter em conta, também, que a forma como encaramos o processo político e eleitoral demonstra acima de tudo as nossas capacidades de compreensão, harmonia e cedência. Palavras profundas que fazem grande sentido na vida de qualquer sociedade, principalmente quando a mesma está interessada em ser notável no contexto das nações. Ninguém está indiferente a essa responsabilidade, nenhum de nós pode, nessas horas, desistir dos seus sonhos de participação exemplar ou de permitir que os seus desejos de bom “democrata” sejam usurpados por outrem, para fins nada saudáveis ao progresso do país. Por isso, é imperdoável que a classe política e partidos da oposição concorrentes às eleições de 23 de Abril de 2017 são chamados, por imperativo de estado, a ultrapassar as diferenças, a sacrificar projectos, se for o caso, em nome de um bem maior: o progresso do país. Digo de outra maneira, Angola não pode esperar, a nação não pode falhar; já não temos tempo para esperar, pois isso pode representar o fim de um sonho…

Quando falamos em democracia, falamos obviamente de países democratas. Porém, se existe democracia e países democratas, então tememos um primeiro factor, o humano. Nessa ordem de ideias, são as pessoas, convenhamos. De nada valerá a nenhum de nós elevarmos os valores democráticos, se nós não aceitarmos a exigência natural de sermos os primeiros democratas.

Na verdade é disso que se trata se afinal somos ou não democratas. Os eleitores souberam exercer o seu papel no jogo democrático, votaram com sentido de estado. Agora, é a vez de as políticos fazerem a sua parte, digerindo os resultados com sentido de Estado. Os líderes dos partidos políticos, todos, devem enviar um forte sinal aos seus apoiantes, devem fundamentalmente enviar sempre mensagens de esperança porque PR João Lourenço não é um Deus, não é um Jesus Cristo e nem um Diabo. Manter a esperança numa Angola melhor, acreditando no crescimento económico, mas também na consolidação de um Estado político forte com direitos e liberdades, porque o PR João Lourenço não é Deus, nem um Jesus Cristo, apenas é “um” ser escolhido pela maioria do povo Angolano pertencente ao partido do MPLA e amante do mesmo partido. O PR é um ser que pode fazer o “BEM” ou “MAL” para todos os angolanos. Depois, dos 100 dias de governação do PR João Lourenço, assistimos exonerações e nomeações em todos ministérios e continuamos assistir até aqui, talvez, mostrando ao povo que “Não se constrói um edifício começando pelo telhado”. Mas na verdade, devemos concordar que “sim”. Como também, a “universidade” é um alicerce fundamental para a formação de recursos humanos e o governo do país de Angola não pode deixar de lhe prestar a devida atenção. Porém, o ensino superior nunca poderá alcançar a qualidade que lhe é exigida se o ensino primário não for merecedor de uma atenção específica por parte do estado angolano como dizem vários cérebros competentes da nossa praça. Sei que, estamos muito distante de atingir de modo geral, também se entende que quanto maior for a preparação dos candidatos ao exercício da docência melhores serão as condições de partida oferecidas às crianças e melhores garantias passam a existir para o sucesso do próprio sistema educativo.

É o momento de pensar e sonhar com maturidade, e o estado tem de apostar nos recursos humanos. Pois que, Angola é um país que se caracteriza por possuir uma população maioritariamente jovem. Esta é realidade na verdade, constitui “sim” uma base objectiva para a definição e implementação de políticas públicas que promovem o seu desenvolvimento humano e bem-estar, condições indispensável para se construir um país mais próspero. Começando na criação de “EMPREGO PARA TODOS” e necessário também investir muito seriamente na EDUCAÇÃO dos jovens e na sua formação técnico-profissional, ajustada às necessidades do mercado de trabalho e o desenvolvimento do país.

Não fica somente no papel através do discurso feito no acto solene da sua investidura Senhor Presidente da República, João Lourenço. Se já “compramos há gasolina precisamos de colocar o girador a funcionar”

Não é o momento de recuperar projectos fracassados de cozinhas, se Angola é um país que se caracteriza por possuir uma população maioritariamente jovem. Esta realidade constitui uma base objectiva para a definição e implementação de políticas públicas que promovem o desenvolvimento humano e bem-estar, condição indispensável para se construir um país mais próspero. Este sim, é a base principal de recuperação. Se assistimos o CONSELHO DA REPÚBLICA a serem indicados, na mesma ocasião, houve quem não tivesse percebido por que razão a lista continha o nome de Ex-PR. José Eduardo dos Santos, esquecendo-se ou desconhecendo que o JLO estava apenas a cumprir o que diz a constituição. Como se vê, é o momento também do Conselho da República jogar um papel fundamental. Saber da realidade do povo angolano, aconselhar a priorizar o sector social, com uma séria aposta nos recursos humanos. Esta é a única via sim, que pretendemos realmente, para tirar o país do lugar em que se encontra no que respeita a vários indicadores de desenvolvimento económico.

Por este meio, posso lembrar que, muitas pessoas se iludem achando que o sucesso está ligado apenas à sorte ou àqueles que herdam o prévio triunfo da família. Muitas vezes esses sentimentos podem estar relacionados com o acréscimo de alguma dificuldade para justificar a falta de empenho para alcançar bons resultados.

Não adianta ter nas mãos a fortuna de todas as empresas bem-sucedidas do mundo se não houver dedicação e esforço depositados. Com diz uma das leis da Física, nenhum objecto pode se mover se permanecer parado, é preciso exercer uma força sobre ele para que haja movimento. O mesmo vale para a vida, não podemos nos enganar achando que a sorte pode chegar a qualquer momento, e somente a partir daí nos levar ao sucesso tão esperado. O acaso muitas vezes pode até ajudar, mas certamente só surgem para aqueles que já persistem na luta para alcançar bons resultados. Precisamos de ver Angola em mudança, cada dia que passa e saber que o PR não é um Deus, nem Jesus Cristo. A pressão da mudança é o povo.

Bem-haja

Leave a Reply