Mulheres lideram a luta contra a Sida em Angola e Moçambique

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Por VOA

Duas organizações femininas de Angola e Moçambique destacam-se em programas de Sida: Associação de Mulheres Vivendo com VIH e Hixikanwe.

Apesar de dificuldades financeiras, os seus resultados são animadores, dizem as líderes.

Dados de 2018 das Nações Unidas indicam que os dois países têm epidemias diferentes. Angola, com pouco mais de 30 milhões de habitantes, tem 330 mil casos de HIV e registou 14 mil mortes. Moçambique tem 28.5 milhões de habitantes, dos quais mais de dois milhões são seropositivos. O país registou 54 mil mortes.

Mas os desafios e empenho da mulher na resposta não são diferentes.

Rosa Pedro, que lidera a Associação de Mulheres Vivendo com VIH, com sede em Luanda, diz, por exemplo, que, no meio de dificuldades financeiras, foi concluído, recentemente, um programa de prevenção com o foco nas trabalhadoras de sexo.

Nesse programa, conta Rosa Pedro, foi criado o grupo de promotoras de vida positiva, que acompanham as outras ao tratamento.

Com apoio da USAID, diz ela, acções similares foram feitas em Luanda, Bié, Benguela e Huíla, abrangendo também grupos de homossexuais.

Outro resultado recente dos seus programas de educação é “o aumento da procura de preservativos” pelos jovens.

Estamos juntos

Em Moçambique, partindo de uma experiência pessoal, Judite de Jesus Mutote, criou, faz mais de 13 anos, a organização Hixikanwe (Estamos Juntos), que hoje transforma vidas desesperadas em distritos de Maputo e Inhambane.

“Perdi familiares directos, incluindo a minha filha; a minha irmã foi violada sexualmente por oito homens. Num espaço de um mês, perdi 11 familiares por causa de HIV”, recorda Judite.

Antes de criar a organização, Judite assistia as pessoas em casa, tendo chegado a ter um grupo de mais de 500 seropositivos, que procuravam, entre outras preocupações, informação sobre o tratamento e alimentação.

Hoje, com melhor estrutura e integrando a rede Fórum Mulher, Judite diz que o desafio continua a ser “a retenção dos doentes no tratamento, combater a estigmatização e garantir a cesta básica alimentar”.

Para isso acontecer, diz Judite, é preciso mais apoio.

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