Ministro da Defesa nega encontro com ex-militares da Defesa Civil na Lunda-Norte

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Mais de 500 ex-homens do gatilho, da antiga brigada de Defesa Civil da Bacia do Cuango manifestaram a sua “insatisfação” pelo facto de, segundo afirmam, terem sido “ignorados” pelo ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, que efectuou recentemente uma visita de trabalho de algumas horas na região de Cafunfo, município do Cuango, província Lunda-Norte.

Jordan Muacabinza

O descontentamento dos ex-militares da Defesa Civil surge momentos depois de, os 508 homens terem se apercebido que, João Ernesto dos Santos “Liberdade” manteve um encontro com os militares da Brigada 75º de Infantaria e Motorizada, localizada no bairro “Nelson” a 12 quilómetros da sede do sector de Cafunfo, onde o ministro da Defesa, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria abordou com os militares assuntos relacionados com a segurança das fronteiras com a RDC face à COVID-19.

Os ex-militares da Defesa Civil aguardavam com todas as expectativas, que fossem ouvidos pelo João Ernesto dos Santos “Liberdade”, uma vez que, afirmam, há mais de dez anos, que vêm reclamando quanto a regularização da sua situação.

“Temos em posse documentos de reclamações que redigimos cujo objectivo era entregarmos ao senhor ministro da Defesa Nacional e Antigos Combatentes, para que o nosso problema seja resolvido, mas infelizmente fomos barrados”, lamentou um dos antigos militar.

A organização da Defesa Civil, foi criada por força da Lei da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas através do disposto nº. 02/93 de 26 de Março, artigo 61º da Segurança Nacional n.8/94 de 6 de Março, revogado a disposto anterior e criar com a mesma força da lei no seu artigo 23 de Protecção Civil e por último com respaldo a jurídico legal o decreto lei n. 6/2002 de 1 de Março do Conselho de Ministros, que organiza e integra a O.N.D.C na estrutura orgânica do Ministro da Defesa.

Ex-militares da Defesa Civil aguardam há mais de dez anos pelo reenquadramento

No documento que o grupo pretendia entregar ao Ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, e que O Decreto teve acesso, os antigos militares lembram às autoridades angolanas que, a Defesa Civil, cumpriu com elevado espírito patriótico, sacrifício e dedicação, a função de Forças Auxiliares das Forças Armadas Angolanas, Polícia Nacional e Serviço de Inteligência, na conquista da paz e manutenção da Democracia em Angola.

Os subscritores da carta entendem que, “é necessário que se compreenda que não termina aqui a sua importância, pois ainda há muito por se fazer e não urge assim imperiosa necessidade que se faça uma profunda analisar e face à isso, inutilidade e outros por todos homens e mulheres que ingressaram na fileiras da Defesa Civil”.

Lembram ainda que, a sua reclamação a partir do município do Cuango, não é de hoje, vem desde Fevereiro de 2009, altura em que, os 508 antigos homens do gatilho solicitaram à administração local, que terá orientado a elaboração de uma lista de todos os envolvidos com a garantia do seu enquadramento, mas lamentam que “tudo não passou de uma simples promessa, uma vez que, até ao momento nada foi feito”.

“Entregamos as listas com os respectivos nomes, segundo o ofício nº. 2282/2016 enviado ao Ministério da Defesa Nacional, num total de 508 efectivos da Defesa Civil, mas somos abandonados sem devido tratamento”.

Dada à morosidade do processo, aqueles ex-militares recorreram ao Estado Maior do Exército, que em resposta aos visados, EME, num ofício nº 702/16 no mês de Novembro, alegou que os seus dados não foram cadastrados.

O grupo não concorda e fala em má-fé, já que, recordam que, durante a vigência da Defesa Civil os 508 efectivos estavam sob a orientação dos Generais das Forças Armadas Angolanas, muitos deles ainda vivos, nomeadamente: Marques Correia Mbazi, Sachimo, Joaquim Guilherme Chiloia, os Brigadeiros: Simão Safa Contripa, Nadalo, Coronel Cassandra e Tenente Coronel Isaías, entre outros, pelo que não entende a alegação do não cadastramento.

“No tempo de guerra, nós servimos a pátria e não os filhos de ministros entre outros, que não combateram nem ouviram o assobio de balas, mas são os que estão a usufruir do nosso suor e sacrifício prestado na luta pela paz e democracia em Angola”, clamam para quem “somos tratados como farrapos”.

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