MILHARES DE ALUNOS SEM ACESSO À ESCOLA

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Moxico e Bié têm um universo de perto de 100 mil crianças fora do sistema de ensino neste ano de 2018 face à gritante falta de salas de aula e de professores.

Um total de 14.547 alunos vão ficar fora do sistema normal de ensino este ano, dos 305.189 matriculados nos diversos subsistemas de ensino na província do Moxico, devido à falta de salas de aula e de professores, informou ontem no Luena a directora interina da Educação. Telma Mana, que aludiu o facto na abertura oficial do ano lectivo na província, que decorreu no Pavilhão Multiusos da Escola 338 Camarada Chifuchi, no Luena, assegurou haver no presente ano lectivo 5.544 vagas e 2.093 salas para os vários subsistemas.

A directora da Educação lembrou que as salas de aula do Moxico estão distribuídas em 1.339 para o ensino primário, 417 para o I ciclo do ensino secundário, 255 para o II ciclo do ensino secundário geral, 59 para institutos politécnicos e 23 para os magistérios. Telma Mana afirmou que do universo de salas de aula constam novas escolas inauguradas no final do ano passado, sendo cinco para o ensino primário, três de colégios e uma do Instituto Politécnico.

A directora da Educação lembrou que o Ministério propõe como desafios para o período 2018-2022 o fomento da educação pré-escolar, do ensino primário, secundário, técnico-profissional, formação de professores e intensificação de acções de alfabetização.

Presente no acto da abertura do ano lectivo, o vice-governador do Moxico para o sector Político Económico e Social, Carlos Alberto Masseca, disse que o Governo Provincial vai continuar a trabalhar para melhorar a qualidade de ensino.

Programa na Web

Na província do Cuanza Norte, a direcção local de Educação lançou um programa de consulta e reclamações disponível para professores, alunos e encarregados de educação, pela primeira vez na sua página Web.

A iniciativa vai permitir que os encarregados de educação estejam mais ligados ao processo de ensino e aprendizagem dos seus educandos, bem como melhor interacção com o real funcionamento desta instituição de ensino.

De acordo com a directora de Educação do Cuanza Norte, Maria Manuela Lemos de Carvalho, que falava durante o acto de abertura do ano lectivo, o programa está já disponível na página www.educacaocuanzanorte.ed.ao.

Chamado a intervir na ocasião, o governador José Maria dos Santos informou que, para o presente ano lectivo, estão matriculados 150.715 alunos em todos os subsistemas de ensino. O governante lembrou que do ensino primário ao segundo ciclo secundário registou-se um aumento na ordem de quatro por cento.

Curso agrário

Em Cabinda, onde o governador local promete para os próximos tempos o surgimento do curso agrário, um universo de 5.776 crianças em idade escolar não vai poder estudar este ano lectivo por falta de espaço nas escolas públicas. O secretário provincial da Educação, Ciência e Tecnologia local, que tornou público os dados na cerimónia de abertura do ano lectivo 2018, disse que dos 15.340 candidatos inscritos apenas 9.564 alunos ingressaram no sistema de ensino este ano.

Segundo Ernesto Barros André, a maior dificuldade de vagas para o ingresso no processo de ensino e aprendizagem está no nível primário e secundário do II ciclo.

Para o presente ano lectivo, disse que o sector vai trabalhar com um universo de pelo menos 184 mil alunos, em 286 escolas públicas, 15 comparticipadas e 34 privadas. O governador provincial de Cabinda, Eugénio César Laborinho, que presidiu ao acto, anunciou para este ano lectivo um curso agrário no Instituto Politécnico de Chiazi para aproveitar as condições que a província oferece na produção agrícola.

Situação no Bié

Na província do Bié , o número de alunos fora do sistema de ensino preocupa o Governo local, que lançou um pedido de socorro ao Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, na perspectiva de debelar o problema. O governador provincial, Boavida Neto, lançou um repto na quinta-feira, ao afirmar ser preocupante que crianças dos 12 aos 14 anos estudem de noite por falta de salas de aula e de professores.

Falta de professores

O município de Nharea, também circunscrito à província do Bié, necessita de mais 350 professores para se juntarem aos 1.052 existentes que vão leccionar em todos os subsistemas de ensino no presente ano lectivo.

Para esse efeito, o Jornal de Angola apurou que este ano foram matriculados 27 mil alunos.

Fonte: Jornal de Angola

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