MEA manifesta-se contra inscrições via online para ingresso na Universidade Agostinho Neto

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O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) diz-se contra a medida anunciada pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnlogia, dando conta que, as inscrições de candidatos para a admissão de estudantes para o próximo ano académico, na Universidade Agostinho Neto (UAN) serão feitas via online, ao contrário do processo habitual – presencial.

Rádio Angola

Em nota de imprensa tornada pública, o Secretariado Nacional para o Ensino Superior do Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), entende que a medida do Governo Angolano visa à exclusão, pois, explica o documento, “o processo foi anunciado de forma estranha, sem transparência, sem diálogo com as organizações legais dedicadas ao ensino”.

“Para nós, verificamos início de fraudes e corrupção e total exclusão e violação ao direito ao Ensino aos cidadãos pobres”, lê-se.

Para o próximo ano académico, a Universidade Agostinho Neto (UAN) tem disponível um total de 3.690 vagas, em todas as unidades orgânicas da UAN, o que o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) “significa que houve retrocesso em relação o ano 2020, onde tinha cerca de cinco mil vagas”.

“As inscrições vão correr de 02 a 13 de Agosto próximo, pelo que, ainda há tempo suficiente para se repensar este método maquiavélico”.

Sobre a redução do número de vagas, a nota do MEA realça que “o magnífico reitor não explicou e a senhora ministra do Ensino Superior não disse absolutamente nada, sempre com o seu silêncio sepulcral, não justifica porquê estas vagas que não servem para nada para esta demanda”.

O Movimento de Estudantes Angolanos sustenta que o país não tem condições, quer técnicas, tecnológicas e financeiras, para usar a internet, que na visão do MEA “não está em todos os bairros, municípios e aldeias, para se escanear os documentos, criar o email e enviar no site disponibilizado”, por isso, a organização que defende os direitos dos estudantes receia que “estes factores fazem com que muitos não venham conseguir efectuar inscrições”.

“É um passo para a corrupção e desvio de vagas, porque inibe com que o MEA controle quantos foram escritos e os que não têm condições de o fazer o que devem fazer, venda de vagas ordenada”, denuncia a organização, para quem “não podemos aceitar em nenhumas circunstâncias que as inscrições sejam via online”.

O MEA defende que as inscrições sejam feitas de forma presencial, como vem sendo nos últimos anos, “para facilitar os filhos dos pobres, porquanto nem todos têm telefones eficientes para fazê-lo”.

Este método usado pelo Ministério do Ensino Superior é, de acordo com o Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) “claramente estratégico e visa excluir os filhos dos pobres de terem acesso ao ensino superior”.

“Cinco mil kwanzas para inscrição é muito”

Na nota tornada pública, o Secretariado para o Ensino Superior do Movimento de Estudantes Angolanos esclarece que, o valor de cinco mil kwanzas, estabelecido para a inscrição do candidato à Universidade Agostinho Neto (UAN) “é muito, por esta razão realizamos uma manifestação contra isto”.

“Se o candidato tiver que comprar saldo de dados, telefone e outros serviços, os gastos serão maiores e nós não podemos aceitar, em nenhuma circunstância, de forma romântica as inscrições ocorram neste modelo”, lê-se no documento.

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