MAT CONTINUA «INDIFERENTE» A DENÚNCIAS SOBRE CARTÕES DE ELEITOR

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Cidadãos congoleses denunciaram, na esteira da Operação Transparência, serem portadores de cartões de eleitor e, por esta via, terem participado nas últimas eleições que decorreram no país. Quase um mês após as “graves denúncias”, como considerou a ONG Handeka, o Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado (MAT) continua a não reagir às declarações que colocam em causa a lisura dos escrutínios.

Com o intuito de apurar a reacção do MAT em face das denúncias, o Novo Jornal fez chegar às instalações do organismo liderado por Adão de Almeida, a 23 de Outubro, um questionário, no qual este semanário coloca um conjunto de perguntas necessárias ao esclarecimento do caso.

Entretanto, até aqui, o gabinete de comunicação do MAT, que prometera, por mensagem telefónica, responder “em momento oportuno” ao questionário do NJ, não deu quaisquer esclarecimentos sobre as denúncias.

Em Outubro último, cidadãos da RD Congo denunciaram à reportagem do Novo Jornal, na Lunda-Norte, não entenderem como o Estado angolano decidiu repatriá-los, durante a Operação Transparência, virada para o combate ao garimpo ilegal de diamantes, quando alegaram terem tido acesso a cartões de eleitor e de militante do MPLA, tendo, por esta via, participado nas duas últimas eleições que decorreram no país.

Este episódio, que foi destaque na edição 556 deste semanário, levou a reacção da organização não-governamental Handeka, que considerou a situação um “crime grave”.

“É com imensa preocupação que a Handeka tem lido e ouvido nos órgãos de comunicação públicos e privados que, no âmbito da Operação Transparência, muitos dos supostos residentes ilegais estão a apresentar Cartões de Eleitor, Bilhetes de Identidade e cartões de militantes do MPLA”, começa por observar a ONG, num comunicado enviado à redacção do NJ.

Segundo o documento, assinado pela presidente da instituição que congrega figuras da sociedade civil angolana, Alexandra Simeão, a situação “exige” que a CNE (Comissão Nacional Eleitoral), o MAT (Ministério da Administração do Território), o MINJUS (Ministério da Justiça) e o MPLA “façam uma exaustiva averiguação”.

A Handeka entende que “é preciso provar” que os documentos apresentados pelos alegados cidadãos estrangeiros “não são verdadeiros”, porquanto, caso contrário, observa a organização não-governamental na nota, estas instituições “perderão a sua credibilidade”.

“No caso do MAT e da CNE, ficarão provadas as denúncias públicas, feitas em momentos anteriores, relativas à manutenção de fraude eleitoral”, lê-se na nota.

Fonte: Novo Jornal | Álvaro Victória

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