Mais vale cheirar bem por dentro do que por fora

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É muita ociosidade, que já não há noção do tempo em mim. Há vezes que me levanto da cama sem saber em que dia estou. Feito a um sem razão, caminho na inocência do tempo, sem saber que futuro a maldita COVID-19 nos reserva.

Por: António Raimundo

O tempo vai, as pretensões ficam cada vez mais frágeis, a imobilidade imposta aterroriza, os métodos anticonceptivos vão sendo alérgicos às farmácias, a televisão aliou-se à fobia e até o dinheiro tornou-se inimigo da poupança.

Tudo acaba à-toa e às pressas devido a um suposto “bichinho!”. Enquanto uns tentam na luta da solução, há ainda outros que se enriquecem com a venda de materiais e exorbitam os preços.

Confessaram-me que há um tal que, na sua inocência, terá dito que as máscaras estão acessíveis a todos os bolsos. Por outra, segundo a TPA, teremos 8500, 00 kwanzas por mês para cada família, mas também nem à altura do saco de arroz de 25 kilos está.

Sempre achei que fosse sarcasmo ao povo e à nossa pobreza. Em meio à pandemia, muitas são as famílias que carecem de água só para não falar da cesta básica, mas há aí um motorista de camião-cisterna que tem vendido a água quando, na verdade, deveria ter sido distribuída gratuitamente. Que falta de uma inspecção sólida!

Mas também, em pleno século XXI, ainda consumimos água do camião-cisterna? Por está razão, os problemas diarréicos se impõem justamente. Há luz no fundo do túnel, a COVID-19 está imponente que nem a apetência sexual. Por conta disso já não terá muita garra para fustigar a gente daqui.

Ao mano Matias Damásio, muito obrigado pela LIVE, pois demonstrou que mais vale cheirar bem por dentro do que por fora. Aquela mana terá visto a repreensão. – Papá, o Fala Angola “já não ta dá?!” – perguntou o Otchaly, meu filho. – Filho, tenta perguntar à Vovó Eva, talvez saiba. – Sim, papá. Respondeu-me.

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