Lunda-Sul: Autoridades tradicionais denunciam mortes por doença “desconhecida”

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Autoridades tradicionais na província da Lunda-Sul denunciaram que se está a registar um número invulgar de mortes na província, mas sem qualquer ligação à Covid-19

Em declarações à Voz de América, aquelas fontes contaram que desde Novembro do ano passado, a província tem registado um número muito elevado de mortes e muitos residentes escondem os mortos.

O soba Kapembe disse, a partir do Saurmo, que “as pessoas como não possuem condições para suportar um óbito então escondem as mortes e na calada da noite enterram em cemitérios clandestinos”.

Ele garante que não é apenas a Covid-19 que está a vitimar as famílias, e que “observa nos cemitérios a quantidade de funerais em Saurimo para além dos enterros em cemitérios clandestinos”.

As barreiras impostas pelos decretos por causa da pandemia pioraram ainda mais a situação das famílias que, segundo o soba Kapembe já não eram famosas.

“Muita miséria aqui na Lunda-Sul, a carência que as populações vivem juntando as restrições que o Estado impôs ao cidadão agravaram a situação”, disse

Por seu lado, José Mateus Zecamutshima, presidente do Movimento do Protectorado das Lundas, sublinha que “o problema mais grave aqui na Lunda-Sul são as mortes provocada por outras doenças”.

“Parece que as atenções só estão viradas para a pandemia quando há outras doenças a matar muita gente sobretudo em Saurimo”, denuncia.

“Penso até haver alguma epidemia não declarada a dizimar muitas pessoas, a partir dos hospitais, que sem capacidade mandam alguns doentes procurar Quimbandas”, acrescenta.

“Por alto, só aqui em Saurimo podemos verificar por dia de 5 a 10 óbitos, vindas de zonas endémicas onde a água é poluída”, denuncia o activista,

Apesar das tentativas a VOA não conseguiu ouvir as autoridades sanitárias da província.

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