Luanda Leaks revela documentos confidenciais sobre esquemas financeiros suspeitos dos negócios da empresaria Isabel dos Santos e do seu marido Sindika Dokolo

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Luanda Leaks é o nome dado à fuga de documentos confidenciais analisados pelo Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação. São no total de mais de 700 mil ficheiros que revelam esquemas financeiros suspeitos dos negócios de Isabel dos Santos e do seu marido Sindika Dokolo.

Os ficheiros detalham o funcionamento interno de cerca de quatrocentas empresas e filiais, criadas desde 1992 e espalhadas por 41 países, onde Isabel dos Santos e Sindika Dokolo têm negócios.

Trocas de e-mails, com todo o tipo de documentos em anexo, provenientes de contas de e-mail de funcionários da Fidequity, umas das sociedades do casal sediada em Portugal e de outras várias empresas ou prestadores de serviços.

O consórcio deu início neste domingo, 19/01, à publicação, em mais de 20 jornais de mais de 30 países, de uma série de reportagens sobre os negócios de Santos e do seu marido através do que chama empresas de fachada e ligações ao regime do pai, o antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos.

Os Luanda Leaks permitem esclarecer o papel de todos estes intervenientes que questionaram muito pouco o controlo que a família dos Santos exerceu sobre a economia angolana, os montantes astronómicos das transações financeiras ou imobiliárias, e muito menos sobre a origem da fortuna do casal.

Em entrevista à RFI, Sindika Dokolo defende-se e fala em perseguição política. O empresário congolês aponta o dedo ao Presidente João Lourenço, ao antigo vice-presidente Manuel Vicente e afirma que “o braço armado deste complot” é Rui Pinto”, o hacker português autor do Futebol Leaks e acusado pela justiça portuguesa de 90 crimes.

A investigação dos «Luanda Leaks» foi coordeanada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) que recebeu os documentos da Plataforma de Protecção de Whist leblower de África, uma jovem organização lançada por dois advogados para protegerem os responsáveis pela fuga de documentos de interesse público no continente.

E, reagindo às denuncias, a empresária angolana Isabel dos Santos afirmou que a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação sobre o seu império financeiro e económico baseia-se em “documentos e informações falsos”.

“Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação recebeu fuga de informação das “autoridades angolanas “??!!”, escreveu Isabel dos Santos na sua página no Twitter, acrescentando ser “um ataque político em coordenação com o “Governo angolano”.

Noutro texto, a empresária pergunta: “715 mil documentos lidos? Quem acredita nisso”.

E acrescenta: “Falam de “esquema” e pedem para ler 715 mil documentos?? É preciso 715 mil documentos para provar um esquema? Exagero!! Pura invencionice.. pois no fim não dizem nada”, escreveu Isabel dos Santos.

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