Luanda: Jovem de 22 anos morto a tiro por agentes da Polícia Nacional no bairro Huambo

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As forças policiais envolvidas na operação do Estado de Emergência voltaram a semear luto nas famílias, desta vez, aconteceu no conhecido bairro Huambo, em Luanda, onde um jovem de 22 anos, identificado por António Vulola foi morto a tiro por supostos agentes da Polícia Nacional, na noite de sábado, 9 de Maio.

Rádio Angola

Segundo o activista Nuno Dala que cita testemunhas no local do incidente, por volta das 22h00 de sábado, 9, um grupo de efectivos da polícia em número de sete, uns fardados e outros à paisana, procederam à detenção de um grupo de cidadãos que se encontravam alegadamente a consumir bebidas alcoólicas numa cantina que, ao contrário nas normas do Estado de Emergência, continuava aberta fora do horário determinado.

“Enquanto alguns estavam algemados, outros eram surrados pelos agentes”, denunciou o activista, acrescentando que, “alguns metros na mesma rua, à porta de uma casa de venda de pipocas e outros consumíveis, havia um grupo de jovens, de número não precisado, que, ao aperceberem-se da detenção na cantina, puseram-se a correr desalmadamente”.

De acordo com a fonte, o “frenesim da corrida” chamou a atenção de dois dos sete agentes que procediam à detenção dos jovens da cantina e os espancavam, tendo saído a correr atrás do grupo.

No tumulto gerado, os dois agentes da corporação teriam feito disparos a queima-roupa, tendo um dos tiros atingido o jovem que em vida respondia pelo nome de António Vulola, 22 anos, pai de um filho nascido recentemente, com apenas 4 dias de vida à data do sucedido.

“Ele foi atingido na nuca pelos polícias aqui no bairro Huambo, perto do Rocha Pinto”, disse uma das testemunhas contactada pelo O Decreto.

Nuno Dala descreve que, apercebendo-se do que tinham acabado de fazer, “os sete agentes fugiram imediatamente do local, a pé”.

António Vulola ainda tinha sinais de vida quando os outros moradores o levaram à Esquadra Móvel, localizada na Avenida 21 de Janeiro, adstrita à 21ª Esquadra da Polícia Nacional.

“A Esquadra Móvel estava vazia. Furiosos, os cidadãos depredaram-na, deixando um rastro de destruição, em vingança pela morte do jovem António Vulola”, escreveu o activista numa das redes sociais.

Avisada da situação, a Polícia Nacional enviou um grupo de agentes da Unidade Antiterror (UAT), que, uma vez no local, fez uso abundante de metralhadoras e outras armas para dispersarem a gigantesca turba.

Os moradores afirmam que, António Vulola foi baleado a poucos metros da residência de Juliana Cafrique, a cidadã vendedora de rua que foi morta a tiro em 2019 por um agente da Polícia Nacional.

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