Luanda: Gestores do Mercado dos Kwanzas garantem melhor organização do espaço de vendas

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A fraca condição de venda e o mau estado do saneamento básico do mercado dos Kwanzas, no município do Cazenga têm criado sérios constrangimentos aos vendedores e não só, principalmente durante a época chuvosa.

Por: Moreira Mário

Segundo apurou a Rádio Angola, geralmente quando chove o mercado fica completamente inundado, e como tal, formam-se águas putrefactas com um misto de lama preta por todos os lados, causando um cenário semelhante a um pântano. Com isso, o uso de botas de borracha torna inevitável e aqueles que não possuem esse tipo de calçado, sujeitam-se utilizando sacos de plástico aos pés.

Os vendedores alegam que o caso não é de hoje, pois, acontece todos os anos na época das chuvas. Disseram ainda que, há tempos a administração do referido mercado se comprometera em reabilitar o mercado e melhorar o saneamento básico, mas não passaram de falsas promessas.

Entretanto, foi por estes e outros motivos que em Dezembro do ano passado levaram a administração municipal do Cazenga anular o contrato com o antigo gestor privado do mercado, a empresa “Fundo Vianda”, do empresário Francisco Viana, tendo passado novamente a tutela para o Estado. Assim sendo, nomeou uma nova direcção administrativa para responder os anseios dos vendedores.

De acordo com o administrador adjunto do mercado, Arsénio Gonçalves, foi preparado uma área de mais de 100 metros quadrados, concretamente no antigo espaço que albergava a venda de peças de automóveis e motociclos, onde vai ser erguido uma nova estrutura.

“Numa primeira fase, serão contraídos quinze novos pavilhões para venda. As obras contam com apoio da administração municipal do Cazenga, que tem fornecido o material, ao passo que o mercado está a cuidar apenas da mão-de-obra”, disse o responsável.

A Rádio Angola sabe que a actual administração tem ainda nos seus planos, a instalação de câmaras video-vigilância para proporcionar maior segurança do empreendimento, prevendo também a construção de um posto de Polícia e uma agência bancária.

Os famosos quintalões do parque

Na chamada zona do parque, ou seja, na parte traseira do mercado, encontram-se dezenas de quintais transformados em locais de venda a grosso de produtos do campo. Diariamente, camiões provenientes de várias partes do país desembarcam grandes quantidades de produtos diversos, que são comercializados mesmo no local.

“São quintais pertencentes a privados, os quais pagam uma taxa ao Estado”, sublinhou, reconhecendo que os mesmos absorvem um número considerável de vendedores, que o mercado por si só, não tem capacidade de acolhê-los todos.

Quanto às queixas constantes dos vendedores sobre actos de expropriação de mercadorias por parte dos fiscais, a esta questão, Arsénio Gonçalves afirmou que a sua instituição está permanentemente aberta para o diálogo.

“É certo que muitos fiscais excedem na sua actuação, mas também muitos vendedores não respeitam as normas estabelecidas pelo mercado. Contudo, qualquer vendedor que se sinta lesado, deve participar o caso à direcção administrativa no sentido de serem tomadas medidas necessárias”, aconselhou a fonte.

Venda de peças de automóveis completamente extinta

Tendo em conta que a actual administração compromete-se organizar o empreendimento, a comercialização de acessórios de veículos automóveis e motociclos foi completamente suprimida, bem como a venda de aparelhos de telemóveis e medicamentos, diz o administrador adjunto.

Apesar disso, alguns indivíduos ainda insistem por estas práticas ilícitas, aglomerando-se na via pública à caça dos clientes, o qual julga que cabe agora a Polícia fazer o seu trabalho uma vez que está a par do assunto.

Medidas contra a Covid-19

Relativamente às medidas de segurança contra a pandemia da Covid-19, segundo Arsénio Gonçalves, o mercado optou por abrir cinco portões de acesso de maneira facilitar a fluidez e diminuir o ajuntamento de pessoas em uma só entrada.

De resto, a lavagem das mãos e o uso obrigatório de máscara facial, são medidas indispensáveis para todos aqueles que visitarem o estabelecimento. “Estamos a trabalhar directamente com membros do Conselho Nacional da Juventude na sensibilização das pessoas sobre a necessidade da decisão do Estado de Emergência e a agora o Estado de Calamidade”, frisou.

O mercado dos Kwanzas controla aproximadamente três mil e 500 vendedores, mas apenas 60 porcento estão a exercer as suas actividades, devido o cumprimento das obras que estão em curso.

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