Líder da UNITA diz que “pouco adianta o combate à corrupção quando o regime protege quem roubou”

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O líder do “Galo Negro”, Adalberto da Costa Júnior, afirmou esta quarta-feira, 11/03, na abertura das IX Jornadas Parlamentares da UNITA, que “de pouco adianta gritar o combate à corrupção” quando o regime protege os que roubaram.

“De pouco adianta gritar o combate à corrupção como uma bandeira quando o mesmo regime protege actores do roubo e impede o normal funcionamento das instituições”, destacou Adalberto Costa Júnior, no Sumbe, província do Kuanza-Sul.

O político do “galo negro” referiu que o grupo parlamentar do seu partido insiste em ser parte observadora no acompanhamento dos processos na luta contra a corrupção e lamentou que estejam “escondidas nas gavetas dos dirigentes da Assembleia Nacional” as conclusões das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), com “nomes sonantes”, e que tinham sido remetidas antes do combate à corrupção se ter tornado oficial.

De acordo com o líder da UNITA, em causa estão “nomes e actos violadores da lei e escandalosos desvios ao erário”, com nomes dos autores, casos que ocorreram com a CPI ao Banco Espírito Santo de Angola (BESA), à Sonangol, ao Fundo Soberano e à dívida pública.

No seu discurso, o presidente da UNITA sustentou que os órgãos de soberania continuam reféns às “ordens superiores” e aponta como exemplo a eleição e o empossamento de Manuel Pereira da Silva “Manico” como o novo presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Adalberto Costa Júnior abordou ainda o problema da “violência gratuita contra jovens que se manifestam e contra as mulheres”, apontando o caso de uma jovem de 30 anos, morta há poucos dias por um agente da polícia, no Bengo, apelando a mais respeito pelos cidadãos e pelos seus direitos.

Na segunda-feira, 09/03, dois jovens morreram num confronto com a Polícia Nacional, durante um tumulto junto a um centro de recrutamento militar em Luanda.

Entre os desafios que o país vai enfrentar este ano, Adalberto da Costa Júnior focou a reforma do Estado, nomeadamente a revisão da Constituição e a realização das eleições autárquicas, acusando o governo e o partido que o suporta, o MPLA, de terem “medo das autarquias” e preferirem “trair a vontade dos angolanos”.

“Temos de trabalhar para salvar Angola de mãos reféns, usando órgãos de soberania como a Assembleia Nacional e os tribunais, sem coragem para contrariarem as ordens superiores que persistem”, disse à massa militante.

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