Jovens do Bengo almejam melhoria de vida com a governação de João Lourenço

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Os jovens residentes na zona da Açucareira, na cidade de Caxito, província do Bengo, mostram-se esperançosos com as promessas de melhorias das suas vidas feitas ao longo da campanha eleitoral pelo novo governo que saiu das eleições de 23 de Agosto de 2017.

Texto de Simão Hossi 

Como porta-voz e representante das preocupações indicam os cinco deputados eleitos pelo círculo provincial, nomeadamente quatro pelo MPLA e um pela UNITA, de forma “a levarem os reais problemas dos cidadãos e tudo fazerem para resolverem”.

A população é de 356 mil e 641 habitantes, segundo dados do censo realizado em 2014, a maioria do sexo feminino – 178 mil e 692.

A jovem estudante Patrícia Domingos, de 23 anos de idade, que escolheu a província para fazer a sua formação na especialidade de Laboratório e Análises Clinicas, reclama da quase inexistente distribuição de água potável, ao contrário do sector da energia eléctrica ao nível da província que acredita não ter muitas razões de queixas. O elevado índice de desemprego e zonas de lazer são outros dois aspectos que, diz Patrícia, constituem os maiores problemas para os moradores.

João Bernardo de Miranda, governador do Bengo

Caxito é um lugar propício para estudar, afirma, pela sua tranquilidade e com um clima favorável para estudar, coisa que, adianta, ajudam a qualquer um que tenha vontade de estudar. Patrícia lamenta o facto de que muitos dos jovens que são enviados para a província por familiares se desviem do objectivo e enveredem para o alcoolismo, drogas e prostituição. Quanto aos focos de prostituição, os entrevistados pela nossa equipa de reportagem apontam as escolas IMIS e Kima Mwuenho, institutos médios de saúde e educação, respectivamente, onde estudantes saídos maioritariamente de Luanda relegam para segundo plano o aprendizado.

Já Santos Simão Francisco, de 33 anos de idade, residente no município do Dande, bairro da Açucareira, que exerce actividade de mototáxi, vulgo kupapata, lamenta que os recursos da província não estejam a ser bem explorados, acrescentando que “o novo governo deve ter mais em conta o potencial dos naturais”, isto é, “dando mais empregos e oportunidade para se formarem e assim contribuir melhor para o bem da sua cidade”. A degradação dos valores culturais da cidade também preocupa Santos Simão. Apela à reabilitação do jardim defronte o governo provincial que “está abandonado à sua sorte” e incentiva a criação de outros locais de lazer para os jovens e população em geral.

Eduardo José Januário, 31 anos de idade, é outro jovem que ganha o seu pão trabalhando como kupapata. Deseja que sejam construídas empresas que, assim, criem postos de trabalho para os jovens. Quanto ao jovem Silvestre Maneco, de 28 anos, afirma que “as instituições existentes não bastam para fazer do Bengo o melhor lugar para os seus moradores, pois é necessário que o novo governo aposte muito mais na vertente cultural, isto é, teatro, música e literatura”. Cantor do estilo Kuduro, o jovem sente que não consegue atingir o sucesso desejado por estar numa cidade onde não se valoriza a cultura.