Jornalista José Gama diz que pobreza extrema no norte de Moçambique está na base do surgimento de terroristas em Cabo Delgado

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Oiça aqui: O jornalista angolano, José Gama considera que a pobreza extrema que assola as populações no norte de Moçambique pode estar na base do recrutamento de cidadãos, por parte do grupo Estado Islâmico para realizar ataques terroristas, que têm ocorrido no país lusófono.

Fonte: Rádio Angola

A região de Cabo Delgado, a província no norte de Moçambique onde avançam megapro-jectos para a extracção de gás natural, vê-se a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista desde Outubro de 2017.

Em entrevista à Rádio Despertar, a partir da África dos Sul, o jornalista José Gama, que tem acompanhado atentamente o evoluir do conflito armado no país irmão do índico, com ataques constantes dos insurgentes, afirma que, na província do Cabo Delegado, palco dos actos terroristas, a população sente-se abandonada pelo governo da FRELIMO.

Para José Gama, a não atenção da elite do partido no poder em Moçambique, à população da região do Cabo Delgado, tem provocado um sentimento de revolta no seio dos habitantes, o que na visão do jornalista angolano, facilitou o recrutamento de cidadãos moçambicanos por parte do grupo terrorista Estado Islâmico.

“A região norte de Moçambique tem sofrido uma invasão islâmica desde 2017, que tem por detrás o estado Islâmico que aproveitou a penúria que aquela população vive”, disse, acrescentando que, em função da degradação social “as população da província do Cabo Delgado sente-se abandonada”, sentimento que terá sido aproveitada pelo EI para recrutar nas suas fileiras os cidadãos descontentes.

“Na vila de Palma que foi atacada recentemente a população enfrenta problemas básicos como falta de água, luz, degradação das estradas e outras dificuldades”, referiu.

Refira-se que, o terrorismo islâmico em Cabo Delgado já provocou a morte de centenas de pessoas, as autoridades moçambicanas contabilizam também mais de cem mil afectados pela violência armada na província, sendo que, as vilas de Mocímboa da Praia, Quissanga e Palma já foram invadidas pelos terroristas, que destruíram várias infraestruturas e chegaram mesmo de içar a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança.

Em vídeos distribuídos na internet, alegados militantes ‘jihadistas’ justificaram os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objectivo de impor uma lei islâmica na região. O grupo também é chamado “Al-Shabab”.

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