Isabel dos Santos ameaça expor campanha que conduziu vitória de João Lourenço nas eleições de 2017

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O antigo vice-Presidente de Angola e por longos anos presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, disse ao jornal português Expresso que na “guerra” que opõe Isabel dos Santos à justiça angolana, que a própria acusa de ter o envolvimento político do Governo de João Lourenço, “não haverá vencedores”, no mesmo artigo onde o jornal admite que a empresária está a preparar a divulgação de documentos comprometedores para o Presidente da República.

Segundo o Novo Jornal, que cita o jornal portugês Expresso, a frase integral usada pelo ex-Vice Presidente durante os últimos anos de poder de José Eduardo dos Santos é esta: “Tenho pena que, perante o que se está a passar neste momento em Angola, ela (Isabel dos Santos) não entenda que, nesta guerra, não haverá vencedores”.

Isto, num contexto em que o semanário publicado em Lisboa garante que Isabel dos Santos disse em privado que está a preparar a divulgação documentos que comprovam alegadas operações de financiamento feitas pela Sonangol que comprometem Manuel Vicente e outros elementos da administração da petrolífera, incluindo Gaspar Martins, e do próprio MPLA.

Os documentos a que alude o jornal terão, diz a notícia, sido retirados dos arquivos da Sonangol durante o período em que a empresária presidiu ao seu conselho de admistração, cerca de um ano, entre o fim do mandato do seu pai e o início do de João Lourenço, que a destituiu, e conterão informação explosiva sobre movimentos financeiros na petrolífera que comprometem João Lourenço porque, alegadamente, serviram de suporte à campanha que conduziu à sua vitória eleitoral em 2017.

Confrontado com esta possibilidade, Manuel Vicente garante ao jornal que nunca usou dinheiros da Sonangol.

“Nunca usei dinheiro da Sonangol, usei sim o network que me permitiu crescer e estar à altura de contribuir para o desenvolvimento do nosso país”, diz Manuel Vicente.

Esta é a primeira vez que Manuel Vicente, um dos homens que esteve sempre na linha da frente do poder em Angola durante a última década, pelo menos, do poder de José Eduardo dos Santos, seja à frente da então toda poderosa Sonangol, seja, depois, como Vice-Presidente da República, reage a este episódio que está a marcar de forma evidente a actualidade em Angola e a fazer correr ainda muita tinta na imprensa internacional devido à projecção de Isabel dos Santos.

 

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