Governador Ernesto Muangala acusado de ter “silenciado” Rádio Cuango

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A população do município do Cuango, na província da Lunda-Norte diz ser uma “estratégia” por parte do governo e do MPLA – partido que o suporta manter a população longe da informação plural, daí segundo afirmam os habitantes, “não permitir a abertura das emissões da Rádio Cuango”.

*Jordan Muacabinza | Cafunfo
Fonte: Rádio Angola

Para os populares, a administração do governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala “tem nomes e cores da ditadura maquiavélica, cujos objectivos visam ver a população da província por debaixo do seu jugo”, o que muitos consideram “ser um plano estratégico do partido que governa Angola há 45 anos”.

O descontentamento dos populares, surge na sequência da não retomada do sinal da Rádio Cuango, cujas emissões tiveram o seu arranque em Setembro de 2014, repetido apenas os serviços noticiosos do Canal A, da Rádio Nacional de Angola (RNA), na frequência 90.20 Mhz.

No dia 17 de Julho de 2020, o governador da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, quando esteve na vila mineira de Cafunfo no lançamento da primeira pedra para a construção do Instituto Médio de Saúde (IMS), no bairro Gika Ngonga Babi, teria garantido, depois de ter visitado as instalações da emissora, que a partir do mês de Setembro do mesmo ano (2020), a Rádio Cuango passaria a emitir a programação local sem depender da emissora do Dundo.

De lá para cá, segundo a população, “já se passaram sete meses desde que o governador garantiu que a rádio iria funcionar sem interrupções”, pelo que, deduzem, “a Rádio Cuango foi encerrada porque é um plano de silenciar a coisa pública, nós aqui vivemos com este tipo de clima”.

A Rádio Angola sabe de fonte segura da administração local, que existem documentos que confirmam ter existido a estação emissora, mas por falta de controlo e a fiscalização destes equipamentos, refere à fonte, tudo foi acambarcado, pelo que pede ao administrador municipal do Cuango, Guilherme Kangu, “a pressionar que a rádio volte a emitir notícias porque a população precisa deste equipamento”.

A população do Cuango “atribui nota negativa” ao governador Ernesto Muangala, considerando que “o mesmo trata os habitantes do Cuango como trabalhadores da sua fazenda, já que não têm direito de acompanhar informações”, pois entendem os populares, “a rádio é um meio de comunicação massiva, que mesmo em tempo de guerra, não pode ser silenciada”.

“Mesmo nos anos de 1994, 1995 até 2002, estes habitantes do Cuango sempre tiveram a possibilidade de acompanhar notícias quer da Rádio Nacional de Angola (RNA), Deutsche Welle ( DW), Rádio Ngola-Yetu, Voz de Resistência do Galo Negro (Vorgan) e Rádio Ecclésia, mas devido a má-fé de quem detém o poder, resolveram em silenciar e, não só, transformar este município como fazenda”, disse um dos munícipes.

Diante daquilo que entendem ser “violação” dos seus direitos à informação, os populares do município do Cuango adiantam que, caso a Rádio Cuango “não voltar a emitir o sinal com notícias de âmbito local”, ameaçam mesmo sair à rua em manifestação defronte a sede da administração municipal.

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