Familiares do jovem assassinado pela Polícia no Cazenga clamam por justiça

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Os familiares do jovem Pedro Nzinga Filipe Nkau, assassinado na última sexta-feira, 03/04, no Município do Cazenga em Luanda, por um dos agentes da Polícia Nacional envolvidos no Estado de Emergência, exigem que seja feita a justiça e consideram assassinato do filho como excesso das medidas do combate à COVID-19.

Rádio Angola/O Decreto

De acordo com os familiares da vítima, o adolescente de 16 anos, foi morto a tiro na via pública, quando caminhava em direcção à uma padaria para a compra de pães: “nós só queremos justiça” disse um dos familiares.

A Rádio Angola sabe de uma fonte familiar que a vítima foi a enterrar nesta segunda-feira, 07/04, no cemitério de Camama, em Luanda.

Um dos familiares disse a este portal que, para além do jovem Nzinga Filipe Nkau, que não resistiu aos disparos, dois irmão da mesma família, foram igualmente baleados.

Segundo a fonte, Valdemiro Tango Nkau, 13 anos, foi atingido nas costas pelos agentes policiais, mas que sobreviveu depois de socorrido no hospital dos Cajueiro, no Cazenga tendo sido depois transferido para o hospital Américo Boavida.

Na mesma noite, foi baleado outro irmão, que atende pelo nome de Francisco Tango Nkau, 14 anos de idade, atingido com dois disparos no ombro esquerdo, supostamente pelos efectivos da corporação.

Os familiares lamentam que, “até ao momento a polícia continua distante da situação alegando que os mesmos são altamente perigosos, mas eles nunca pertenceram a nenhum grupo de marginais”, disse um dos familiares.

O  polícia que terá protagonizado os disparos estava acompanhado de uma agente, que na ocasião disse que não ter entendido o comportamento do seu colega ao disparar contra quatro adolescentes desarmados.

A mentira de Subcomissário Waldemar José

Em Conferência de Imprensa, o subcomissário Waldemar José, Porta-voz das Forças de Defesa e Segurança negou a versão familiar e disse que o adolescente terá sido morto por pertencer a um grupo de marginais.

A Organização Comunitária, Projecto ULENGA, representado pelo seu coordenador Ricardo Madilanda Ussopa, que acompanha o caso, em nota publicada esta terça-feira reagiu ao que intitulou por “mentiras de Waldemar José”, esclarecendo que “o adolescente não é bandido e que a lei não dá o direito de tirar a vida de um cidadão indefeso” lê-se na nota a que O Decreto teve acesso.

Sabe-se que o polícia que disparou estava acompanhado de uma colega, que segundo dizem: não entendeu o comportamento ou atitude do seu colega em disparar contra quatro adolescentes desarmados” desabafou em meios familiares.

Ainda no Cazenga foi a enterrar no último sábado o agente da ordem pública, Gaspar Chiamba de Freitas de 26 anos de idade, morto pelo terceiro subchefe, identificado apenas por Lemos, mais conhecido por “Lameira”, colocado no Departamento Provincial de Operações dos Serviço de Investigação Criminal, (SIC), em serviço na Brigada de Operações Externas da 12ª Esquadra do Cazenga, na passada quarta-feira, 01/04.

Segundo agentes da polícia nacional ouvidos pelo O Decreto, os Serviços de Investigação Criminal, estão a proteger o suposto assassino, que se encontra detido em cela separada da Direcção Provincial dos Serviços de Investigação Criminal de Luanda.

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