Familiares das vítimas do massacre de Cafunfo denunciam desaparecimento de corpos da morgue para lugar incerto

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Os familiares das vítimas dos confrontos do passado sábado, 30, em Cafunfo, na província da Lunda Norte, reclamam o desaparecimento de cerca de 20 corpos da casa mortuária, presumivelmente retirados na calada da noite de 31 para esta segunda-feira, 1 de Fevereiro.

À Voz de América (VOA), os parentes dizem querer ver os corpos de seus entes queridos desaparecidos e outros dizem que a manobra visa manter o número de sete mortos, referido pelas autoridades, para atrapalhar a investigação parlamentar.

“Neste momento estamos aqui na casa mortuária, as pessoas que eles mataram, atiradas nas ravinas, tinham sido recolhidas, trazidas aqui para a casa mortuária, mas à meia-noite de domingo para segunda feira, foram retiradas novamente da casa mortuária e atirados na mata, num caminho chamado Tchimango, para quem vai na mina do Cuango e aqui só deixaram sete corpos”, disse um dos familiares no meio de muitos corpos.

A mesma fonte acrescentou que “na manhã de hoje vinha um avião com enfermeiros a bordo, mas os polícias retiraram todos os feridos do dia 30, que estavam no hospital e foram postos no avião, dizem que vão para o Dundo, e não sei se é verdade ou mentira”.

José Mateus Zecamutchima, presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, confirma o desaparecimento de corpos da casa mortuária na calada da noite e acrescenta que foram atirados no rio Cuango.

Zecamutchima denuncia que “a caça à bruxas ainda continuou na manhã desta segunda-feira nas localidades de Cafunfo, Capenda, Camulemba e Cuango.

As autoridades locais não prestam qualquer informação sobre os acontecimentos do dia 30.

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