Estado de Emergência: Enfermeiro diz ter sido torturado por seis militares das FAA em Cafunfo

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O “Estado de Emergência” em curso no país, segundo populares da região do Cuango, está a ser aproveitado pelos polícias e militares para fazerem das suas, protagonizando deste modo os actos de “vandalismos e agressões aos cidadãos”.

Jordan Muacabinza | Cafunfo

De acordo com a população, os órgãos de defesa e segurança, que impõe o cumprimento da medida do “isolamento social” o Cuango e Cafunfo, “têm se aproveitado da ocasião para saquear as cantinas dos cidadãos e de lá retiram os bens alimentares para o seu benefício”.

Na semana passada, um grupo de seis efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), depois de supostamente ter se apoderado de bens dos cidadãos, os militares abordaram um dos enfermeiros devidamente identificado quando este saía do local de serviço num dos centros médicos da periferia onde está colocado e dirigia-se à estrutura máxima de saúde no sector de Cafunfo para a entrega do relatório diário, como tinha sido habitual.

Roger Marcos Fonseca da Esperança, técnico de saúde pública colocado para fazer face à pandemia da COVID-19 contou que foi “fortemente espancado pelos militares”, por volta das 15h20, no passado domingo, por militares armados, por mais que alegou que se tratava de um enfermeiro e que vinha do serviço com o destino à direcção da saúde para a entrega do relatório diário.

Há dois anos, no Hospital Regional de Cafunfo, um dos enfermeiros da mesma unidade, tinha sido torturado pelo Comandante Municipal do Cuango, uma prática, de acordo com os cidadãos, “tem sido recorrente e sem nenhuma resposta dos órgãos de justiça mesmo quando as vítimas apresentem queixas, nem a direcção municipal da saúde se pronuncia”.
“Devidos a esses abusos constantes e perante o silêncio das autoridades, um dia iremos abandonar o trabalho nesta fase em que o país enfrenta o novo coronavírus”, disse um dos enfermeiros.

Roger Marcos Fonseca da Esperança, o enfermeiro que terá sido torturado pelos militares das FAA, contou a este portal que, os militares armados, manifestavam um comportamento de estarem “embriagados” e com cabos eléctricos agrediram-no arredores do bairro Bala Bala no sector diamantífero de Cafunfo, província da Lunda-Norte.

“A forma como fui torturado é como que de um marginal de tratasse ou parecia que estavam a bater numa cobra com tanta raiva”, lamentou o cidadão, acrescentando que “até o chefe da emissão foi o primeiro que começou com as agressões”.

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