EM SEIS MESES: MAIS DE SETE MIL CIDADÃOS DETIDOS PREVENTIVAMENTE

Compartilhe

Segundo o MININT, dos 7.602 cidadãos detidos em prisão preventiva, as mulheres representam um número inferior a 10%, e muitas delas estão detidas por crimes de violência doméstica.

Cerca de 7.602 cidadãos foram mantidos em prisão preventiva nas esquadras de Luanda, no período de Janeiro a Junho deste ano, por suposto envolvimento em vários crimes. Os dados foram avançados esta semana ao Novo Jornal pelo director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação do Ministério do Interior em Luanda, intendente Mateus Rodrigues, que fala num aumento de 100% do número de detidos em relação ao período homólogo de 2017.

O oficial superior da área de comunicação do MININT disse que a situação é preocupante, se comparada com os dados do ano passado, em que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda registou em seis meses, de Janeiro a Junho, a detenção de 3.769 cidadãos envolvidos em vários crimes.

A fonte esclareceu que, após a detenção, vários cidadãos são postos em liberdade por determinação do Ministério Público, que, em alguns casos, invalida ou não o encarceramento do processo.

“Os números de que vos falo são brutos. Ou seja, são as detenções ocorridas por várias infracções. Depois de os detidos serem ouvidos pelo ministério público, muitos deles são postos em liberdade porque o procurador é o único que determina se o cidadão continua detido ou não”, disse.

O representante do MININT em Luanda informou ainda que, dos 7.602 cidadãos detidos em prisão preventiva, as mulheres representam um número inferior a 10% e muitas delas estão detidas por crimes de violência doméstica.

Mateus Rodrigues deu também a conhecer que as idades dos detidos variam entre 14 e 50 anos de idade, e que os adolescentes são transferidos para o Julgado de Menores, para um melhor acompanhamento, dada a sua inimputabilidade.

“As idades dos detidos variam, tal como já disse. Quando há detenções de menores de idade, normalmente os encaminhamos para o Julgado de Menores”, explicou.

O responsável policial apela aos pais para colaborarem com a polícia, prestando informações que ajudem na detenção de malfeitores, bem como prestarem maior atenção aos seus filhos, para os desincentivar de envolvências em práticas criminosas.

“A família é a base para uma sociedade saudável, este número de detidos em prisão preventiva em seis meses é
muito. Devemos todos em conjunto reflectir esse número porque é bastante assustador. As famílias devem preocupar-se em ocupar os jovens para uma actividade que lhes garanta o futuro”, apelou.

Recorde-se que, em Maio deste ano, o porta-voz do Comando Provincial da corporação, inspector-chefe Lázaro da Conceição, já havia falado à Angop sobre a intervenção da polícia em vários pontos da capital do país, tais como Nelito Soares e Marçal (Rangel), Catinton e Prenda (Maianga), Papa Simão, Kikuxi e Kididi Kyame (Viana), Casas Azuis, Camama, Chimbicato e Rei Mandume (Talatona), Augusto Ngangula, Cerâmica, Mulenvos (Cacuaco), Curtume (Cazenga), entre outros.

Para devolver o sentimento de segurança aos munícipes de Luanda, o Comando Provincial da Polícia Nacional tem levado a cabo várias operações policiais, tais como a Operação Tigre, que teve três fases, Relâmpago, Corvo e Operação Sossego, cujos resultados animam munícipes.

Recentemente o SIC de Luanda desmantelou mais de 15 grupos de marginais que se dedicavam a roubos de cabos eléctricos, posse ilegal de armas de fogo, assaltos a residências e roubos de viaturas.

NAS CADEIAS DE LUANDA: JOVENS SÃO A MAIORIA

Todos os dias, entram nas cadeias de Luanda cerca de 50 jovens, de acordo com o porta-voz dos Serviços Penitenciários, inspector-chefe prisional Menezes Cassoma, que aponta a idade penal de uma maior parte dos detidos entre os 16 e 28 anos de idade.

Luanda tem quatro cadeias, designadamente a Comarca Central de Luanda, os Centros Prisionais de Viana, Kakila e Calomboloca, onde, de acordo com a fonte, se registam mais entradas do que saídas, o que, no seu entender, justifica a superlotação que se observa nos referidos estabelecimentos prisionais.

Os crimes de roubo, furto de valores monetários, viaturas, ofensas corporais, assaltos a residências e homicídios lideram as estatísticas da população penal, na sua maioria homens. Contudo, há igualmente, entre aquela a população, cerca de 300 senhoras detidas por crimes de homicídio voluntário, ofensas corporais, burlas, furtos e agressões físicas.

Quinhentos cidadãos estrangeiros estão também detidos por burla e abuso de confiança, de acordo com a fonte.

Fonte: Novo Jornal

Leave a Reply