Eleições: UNITA não reconhece credibilidade à sondagem que a coloca em 3º nas intenções de voto

Compartilhe

Fonte: Novo Jornal

O porta-voz da UNITA disse ao Novo Jornal Online que a sondagem divulgada hoje que aponta para uma descida nas intenções de voto do partido para as eleições de 23 de Agosto “não merece credibilidade” e que foi organizada para “diminuir o ímpeto vitorioso” que o “Galo Negro” tem mostrado nesta campanha.

Alcides Sakala sublinha o pequeno universo de inquiridos, cerca de 5 700, para defender que a sondagem, realizada pelo Instituto Jean Piaget de Benguela, Instituto Sol Nascente do Huambo, com apoio técnico do Centro de Estudos de Sondagens e Opinião da Universidade Católica Portuguesa, “não permite um apuramento sério das intenções de voto dos angolanos” nem reflecte “a caminhada de vitórias” da UNITA nesta campanha.

Na sondagem em causa, João Lourenço, o candidato do MPLA, alcança 36% nas intenções directas de voto e mais de 60% na projecção de resultados, mas com a distribuição dos indecisos chega aos 61%, cerca de menos 10 por cento da votação do partido em 2012.

A grande novidade destas projecções diz respeito à UNITA, que será ultrapassada pela CASA-CE, ficando em terceiro lugar nas intenções de voto, ainda que com uma diferença que se situa dentro da margem de erro.

Abel Chivukuvuku, candidato presidencial da CASA-CE, consegue 19% dos votos, contra 15% de Isaías Samakuva, o líder da UNITA.

Os candidatos Benedito Daniel, Lucas Benghim e Quintino António Moreira não ultrapassam os dois por cento nas intenções de voto.

Estes resultados, segundo o porta-voz da UNITA, “surpreendem”, mas significam que existiu “uma clara intenção de intoxicar” a opinião pública angolana e, acrescentou, “atendendo, tanto ao universo dos inquiridos como a elementos técnicos como a distribuição geográfica desses contactos, resulta numa evidente falta de credibilidade” da sondagem.

Alcides Sakala sublinha, em declarações ao Novo Jornal Online, que o que surge de forma clara é a intenção, sem apontar nomes de pessoas ou de organismos, “de esvaziar aquilo que são as visíveis vitórias conseguida pela UNITA no terreno da campanha”, dando o exemplo do “milhão de pessoas que assistiram de forma livre ao comício recente em Cacuaco”.

Esta foi a primeira grande sondagem sobre as presidenciais do dia 23 de Agosto erevela ainda que há 23% de indecisos, ou seja, uma em cada quatro pessoas ainda não sabe em quem vai votar.

Os resultados indicam também que João Lourenço é mais votado por mulheres (39%) do que por homens (33%) e o melhor resultado é alcançado na faixa etária dos 55 aos 64 anos, com 47% das intenções de voto.

A coligação CASA-CE obtém os melhores resultados entre os jovens entre os 18 e os 24 anos, com 18% dos votos. Já a UNITA conquista o eleitorado entre os que têm entre 35-44 anos de idade (13%).

De acordo com a sondagem, que foi realizada entre os dias 1 e 8 de Julho, com a inquirição de 5724 pessoas nas sete províncias com mais eleitores recenseados e em Cabinda, o MPLA deve conseguir entre 137 e 160 deputados, a CASA-CE entre 29 e 47, e a UNITA entre 21 e 34 mandatos. O FNLA deve ter entre um e três deputados.

Estas são as 4ªs eleições por voto directo e universal desde que Angola optou pelo multipartidarismo em 1991.

As eleições gerais de 23 de Agosto contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.

Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.

O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12 512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25 873 Mesas de Voto.