DIRECTOR DOS RECURSOS HUMANOS DO MOXICO ACUSADO DE PROMOVER FAMILIARES NO LUGAR DE FUNCIONÁRIOS

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Os funcionários públicos afectos ao governo da província do Moxico queixam-se de injustiça por parte do director do gabinete dos Recursos Humanos, Angelino Armando Liló Samuleleno, por não cumprir as orientações do Executivo. Segundo contam, o ministério da Administração pública, trabalho e segurança social (MAPTSS) publicou uma circular no início deste ano a orientar os governos províncias a actualizarem as categorias de todos os funcionários que exerceram cargos de direcção e chefia antes de serem exonerados das referidas funções.

Texto de Rádio Angola

Para os postos foram colocados familiares, amigos e funcionários que pagaram. A circular do MAPTSS determina que as actualizações devem ser feitas de acordo ao nível académico de cada um dos funcionários exonerados das suas funções de chefia e pelo tempo de mandato de trabalho.

Os funcionários que deveriam beneficiar da promoção trabalham com categorias como escriturários dactilógrafos, telefonistas, auxiliares administrativos, operários não qualificados e operários qualificados. Estes auferem os salários que rondam os 25 mil e 30 mil Kwanzas, quando antes auferiam em média 150 mil Kwzs.

Disseram que chegaram mesmo a entregar os certificados de habilitações literárias e diplomas, pelo que aguardavam a actualização a qualquer instante.

“Acontece que o actual director do gabinete dos Recursos Humanos do governo, o senhor Angelino Armando Liló, recrutou pessoas amigas e familiares que não trabalhavam nem exerceram cargos de direcção e chefia no governo do Moxico. Lhes inseriu na lista e mapa de promoções que foi enviada para Luanda”, disseram.

Sendo o órgão competente para a certificação e formalização do processo, o MAPTSS depois daria entrada ao ministério das Finanças para actualização dos salários de acordo com as categorias. Porém, o MAPTSS“ ao verificar que houve irregularidades e injustiças decidiu reenviar o processo ao governo provincial para que seja revista esta situação”. Foi assim que os funcionários que deveriam beneficiar da actualização de categorias tomaram conhecimento do esquema de Angelino Samuleleno.

“Em função desta atitude que penaliza os nossos direitos por causa da inveja e ganância da parte deste senhor Angelino Armando Liló, pedimos a intervenção da presidência da República e do ministro da administração pública, trabalho e segurança social para rever esta situação. O nosso maior receio também reside nos prazos que foram definidos para o tratamento destes processos. Visto que o MAPTSS fez sair a circular no mês de Maio do presente ano. Só que pela incompetência e falta de sentido patriótico por parte do senhor Angelino Armando Liló, que não está preparado aos novos métodos de governação imprimido pelo novo presidente da República, o processo está parado sob olhar do governador Gonçalves Muandumba. O nepotismo e o amiguismo contribuíram bastante na degradação das instituições do Estado”, lamentaram.

Contactada, a chefe do departamento dos Recursos Humanos do governo do Moxico – funciona no mesmo gabinete, subordinando-se ao director Angelino Armando – desmentiu a informação segundo a qual o MAPTSS reenviou os processos por identificar pessoas que não pertencem à função pública. Segundo Sónia Cuazea Vite, o reenvio ocorreu por ter sido detectado um erro por parte do governo do Moxico. É que no mesmo pacote foram colocados funcionários em exercício de chefia para serem promovidos, mas a directiva do ministério refere-se apenas à promoção daqueles que exerceram cargos de chefia antes de serem exonerados, conforme se pode constatar no decreto 305/17 de 20 de Novembro.

Informou que o processo já foi corrigido conforme orientação do ministério e novamente remetido ao órgão competente para conclusão.

Enquanto não é feita a actualização, os funcionários frisam que têm famílias para sustentar e contas do colégio dos filhos por pagar. Realçam que os salários que auferem actualmente  não compensa, e mostram-se espantados como “ainda aparece uma pessoa de má fé para prejudicar mais os que já andam prejudicados”. Concluem: “Só pode ser mesmo um indivíduo com cérebro voltado ao tempo de José Eduardo dos Santos”.

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