DIRECTOR DA EDUCAÇÃO NO MOXICO NEGA ACUSAÇÕES E DIZ EXISTIR PESSOAS QUE QUEREM MANCHAR SUA IMAGEM

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Reagindo à matéria publicada pela Rádio Angola sobre alegadas irregularidades ocorridas no concurso público no sector da educação na província do Moxico, bem como a proibição de matriculas às crianças menores de 15 anos de idade, facto que tem motivado aos funcionários daquela instituição exigirem a demissão do cargo de directo provincial da educação, supostamente por incompetência e falta de qualificações, o responsável do sector da educação no Moxico, Ricardo Raimundo negou todas as acusações.

Nesta entrevista concedida à “Associação Laulenu” e que a Rádio Angola publica na integra, Raimundo Ricardo defendeu-se das denuncia,  alegadamente feitas por um grupo de colegas seus sobre os males que “enfermam” o sector que dirige.

O gestor público que considera normal existirem falhas numa organização decorrente do trabalho em função das “imperfeições humanas”, refutou as denuncias avançadas neste portal, tendo afirmado que no sector que dirige, existem pessoas que são “alérgicas às mudanças” que estão a ser introduzidas para melhorar a imagem da educação no Moxico, por isso, Raimundo Ricardo entende que são “mentiras fomentadas por tais elementos” que segundo disse, têm por objectivo tentar “sujar e sabotar” o seu trabalho.

Leia a seguir a entrevista completa:

Texto de Dito Dali

“Eu agradeço por terem vindo ter comigo porque eu acho que o jornalismo tem que ser isento. As publicações que foram feitas contra mim são caluniosas, antes de publicarem tinham que fazer o contraditório, sabem por quê? Porque vocês estão a lidar com um pai de família, estão a lidar com um homem e com uma instituição. Então os meus filhos lêem uma notícia dizendo que o pai deles roubou e está a receber dinheiro da corrupção para empregar pessoas de forma ilegal, o pai não teve competências de fazer o trabalho que lhe foi confiado. Isso não é correcto, eu nem gostaria que isso viesse acontecer com um de vocês. Vocês ainda são muito jovens, não façam matérias de ouvir dizer porque vocês podem ser responsabilizados criminalmente também, isso é pôr em causa a imagem de pessoas responsáveis. Portanto, vocês visitaram a nossa Direcção Provincial da Educação, nós estamos a trabalhar para o bem-estar das pessoas e é como tudo, há pessoas resistentes na mudança mas nós não podemos ter uma direcção Provincial com os problemas que vocês puderam ver, nós não podemos ter uma direcção com problemas administrativos que nós temos, nós não podemos ter uma direcção provincial com números de pessoas fantasmas, nós não podemos ter uma direcção provincial com pessoas com carga horária zero. Estamos aonde afinal, que país  queremos construir? Nós não podemos ter uma direcção Provincial com pessoas que estão a trabalhar em outros sectores mas que ganham dinheiro na direcção provincial da educação, nós temos professores que foram nomeados mas que nunca receberam os seus salários, portanto, tudo isso colabora pra o descontentamento dessa minoria, mas nós temos que ter coragem de fazer as coisas acontecer. Puderam ver também a remodelação do edifício que nós fizemos e os móveis comprados para garantir melhores condições de trabalho para os funcionários. Tudo isso está a incomodar, está a incomodar mesmo, nós tínhamos aqui uma direcção a céu aberto cheio de fezes que prontamente conseguimos resolver este problema sem a intervenção de chineses ou japoneses.

Quem prova que nós enquanto gestores públicos aqui de um concurso público recebemos dinheiro de um cidadão para lhe colocar nos quadros da Educação!? Colocar em causa o nome do Director que houve desvios de conduta durante o concurso não é correcto, e quem pode prova isso!? É verdade que tivemos algumas dificuldades durante a preparação do concurso sim, e, estas dificuldades são inerentes a todo país, não é só aqui onde se registou falhas. Eu enquanto director não me envolvi em nenhuma situação de desonestidade e mais, nós fizemos um concurso público limpo, talvez o filho do pobre nunca participou num concurso público como houve desta vez aqui no Moxico que permitiu o ingresso de tantos filhos de pais pobres. Quem quiser pode ir entrevistar candidatos admitidos e vão ver o grau de satisfação dessas pessoas que passaram ao concurso público. Aliás, estamos a vos convidar a participar numa formação que está a ser preparada para os novos candidatos para verem de perto o trabalho que estamos a fazer. Vejam que até ao momento a província do Moxico perdeu nove (9) lugares, o contrário de outras províncias que perderam centenas de lugares, isso não é mérito para nós? Sabem como é que nós fizemos para chegarmos a isso? Houve vários constrangimentos, ir de carro à Luanda com carros avariados pelo caminho, quer dizer, com toda essa dificuldade tivemos cerca de três meses de preparação e arranjar alimentação para as pessoas que estiveram a trabalhar na organização e entre outras dificuldades que passamos, mas graças a “deus” nós conseguimos. Mesmo com  todo esse sacrifício ninguém reconhece os esforços de nossa parte e a única coisa que pretendem fazer é confusão e caluniar o Director. Particularmente recomendo-vos que não deixem de publicar notícias, mas não ponham em causa a idoneidade das pessoas sem vir buscar o contraditório, sempre que houver denúncias contra a nossa gestão que venham nos procurar para podermos fazer o contraditório porque há aqui pessoas de má fé nessa direcção que têm estado a vos fornecer informações que nem sempre são verdades”. Disse.

Sobre a falta de competência e experiência para continuar no cargo?

Raimundo respondeu dizendo que ninguém naquela direcção estaria em condições para avaliar as suas qualificações académicas nem mesmo o seu percurso de trabalho por considerar-se num exímio e renomado quadro do país. Exerceu funções de destaques no Ministério da Juventude e Desporto, de Director Nacional dos Desportos e Docente Universitário. Por isso, desqualifica o teor das acusações que tentam pôr em causa as suas competências na frente da direcção da Educação no Moxico.

“Quando essas pessoas dizem que o director é incompetente, não tem domínio sobre o sector que dirige e não reúne qualificações que o habilitem a manter-se no cargo, eu diria que essas pessoas são distraídas porque eu sou professor de carreira, dei aulas em várias instituições de ensino superior em Luanda, desde a Faculdade de Medicina, no Piaget onde leccionei a cadeira de metodologia de investigação científica, na UPRA leccionei a cadeira de introdução a fisioterapia etc. Portanto, eu sou mestrado pela Universidade do Porto, estou a terminar o meu doutoramento, estudei no Instituto Superior de Educação em Belo Horizonte, tenho mestrado em sociologia, quais são essas pessoas para julgarem o meu currículo académico quando dizem que não tenho competência para dirigir essa casa (Educação), portanto tem de a ver respeito para com as pessoas.

Eu fui Director Nacional dos Desportos durante 8 anos.  Tenho  vários cursos que fiz na USP, Universidade de São Paulo do Brasil, então essas pessoas é que vão me falar que não tenho competências para servir a minha terra? Eu vi isso, está escrito naquela vossa matéria que publicaram, mas eu sei que não foram vocês que inventaram tudo aquilo e as pessoas que escreveram e vos passaram a matéria são mesmo funcionários dessa direcção que trabalham comigo, são os nossos funcionários que vos têm passado informações porque vocês não teriam condições de ter dados sobre a nossa gestão. Eu quero aqui deixar claro que para você ser director da educação não é como muitos pensam, isso passa por um colegial do “Ministério da Educação onde é analisado o currículo para depois ser nomeado em comissão de serviço”. Essas pessoas vão tem que provar que eu não estou em condições de ser director da educação por causa do meu currículo. Eu tenho também duas Pós-graduações, uma na área de Pessoas com Deficiência que fiz durante dois anos em Campina, outra na área de Lazer, por exemplo, por que é que não vieram saber de mim sobre essa dúvida com relação as minhas qualificações? Ai falharam! Essas pessoas agem de má fé, reitero dizer que as pessoas que estiveram connosco na reunião terão vos passado a informação toda não tem dúvidas sobre isso, não estou querendo dizer que a Laulenu seja a culpada pela matéria, não, vocês só se responsabilizaram pela publicação da matéria que vos foi dada pelos nossos funcionários porque é uma matéria trabalhada aqui dentro da Instituição, a Laulenu não esteve na sala de reuniões e não participou nas nossas reuniões. E, essa boa fé que temos, essa interação vai me fazer mudar de ideias porque vocês não sabem o que fiz por trás disso depois de ver a notícia no ar, porque quando você diz que este indivíduo não tem competências para exercer o cargo estão a querer sujar a minha honra. Eu dirigi grandes delegações e departamentos deste país e redigi documentos do Estado, agora, aqui na minha terra é que estão a me dizer que não tenho competências para dirigir uma delegação Provincial da educação”. Lamentou o titular da pasta da educação do Moxico.

A Laulenu deixou claro que não está para favorecer uns e prejudicar outros.  Primamos pelo princípio do contraditório desde que as portas estejam abertas para receber a nossa equipa e poder ouvir a versão das autoridades sempre que for necessário. Não cabe ao Laulenu julgar o currículo académico de qualquer que seja, muito menos tentar denegrir ou sujar o trabalho que tem sido desenvolvido pelas autoridades locais. A Associação Laulenu é uma organização cívica ao serviço das populações e assume-se como parceira do governo ou das instituições com objectivo de defender e ajudar a salvaguardar os direitos fundamentais dos cidadãos, ou seja, um elo entre o cidadão e as autoridades. Compete-nos dar o tratamento das denúncias que nos são apresentados pelos cidadãos e publicá-las, claro, em observância ao princípio do contraditório.

Agora, quanto às valências académicas do Director Raimundo, que sirvam mesmo para a resolução de numerosos problemas que o sector enfrenta a nível da província, porque nem sempre ter mais certificados significa alguma coisa.  Em angola estamos cheios de cidadãos assim, como se isso por si só resolve algum problema. O que se precisa neste país é de lideranças com algum sentido de humanidade que saibam verdadeiramente servir os cidadãos, aqueles que se colocam no lugar de pobre, porque de doutores e mestre o país está cheio e os problemas mantêm-se, aliás, são esses mesmos doutores que destruíram esse país.

Quanto aos livros que o ministério de tutela entrega de forma gratuita para serem distribuídos aos alunos, mas que, depois acabam encontrados no mercado a serem comercializados?

Sobre os livros que o Ministério da Educação disponibiliza para serem distribuídos gratuitamente aos alunos, mas que depois os livros aparecem ao mercado informar a serem comercializados, deixando dezenas de crianças sem o material escolar.  Raimundo informou-nos que foram entregues livros a todos os municípios. “Nós entregamos livros para todos os municípios dessa província e pedimos à Polícia que prendessem qualquer pessoa que aparecesse com livro no mercado a comercializar esses mesmo livros. Pedimos encarecidamente e está mais ou menos, a fiscalização está a funcionar e vamos continuar a fazê-lo. Eu, na qualidade de Director Provincial da Educação, desloquei-me até ao mercado do quilómetro-5, fui à paisana, fui lá ver se estavam a vender livros. Os meus colaboradores estão a dizer que não posso me expor, mas eu tenho que me expor sim. O problema de livros no mercado informal aqui, posso vos garantir mesmo que temos poucos relatos porque eu mesmo fiscalizo directamente e está mais ou menos assegurado”.

Confrontado com os casos de crianças menores de 15 anos que foram excluídos ou que  estavam a ser proibidos de fazer matrícula por conta da idade, uma das matérias  publicadas pela Rádio Angola com maior destaque nas redes sociais que causou reacções repugnante por parte da população, um trabalho apresentado pela Laulenu. O dirigente reagiu chamando atenção pelo facto de não ter sido contactado a quando da publicação da respectiva matéria.

“Eu estou a chamar atenção para que todos nós, juntos trabalhemos em sintonia, a Laulenu contactou quem ao nível da direcção provincial da educação ou do governo para te responder sobre essa inquietação? Eu já tive o privilégio de viver em vários outros países do mundo,  eu nasci aqui, na localidade do Bomba, aqui ao lado, numa casa de capim e eu estudei numa casa de pau-a pique. a minha primeira professora foi a dona Lola Tchiconda, filha do senhor Tchipamba, mãe do Beto Masseca, o vice-governador, não é no vosso tempo, estás a perceber? Ora, crianças sem salas de aulas isso nos países da América Latina e nos países africanos é um facto. isso não se pode crucificar o governo da província do Moxico como se fosse um inferno, não. Segundo os dados que nós temos sobre o censo da população, aqui na província do Moxico é que nós somos menos de 800 mil habitantes. Mas quando tu fores pra tua sobrinha e sua irmã da tua idade (referia-se a um dos membros da Laulenu) e a minha (Raimundo) sobrinha filha de 30 a 32 anos tenha 5 a 6 filhos, e tu se perguntas, epa, como é que é isso…? uma explosão demográfica que não é fácil o governo acompanhar. Mas o governo da província do Moxico disse: nenhuma criança, nenhuma criança vai ficar fora da sala de aulas. Então pra isso o que é que fizemos para que as crianças não ficassem fora da sala de aulas, começamos a fazer alguns milagres, quais? Junto da igreja católica, o senhor governador reuniu com o senhor Francisco, que nos ofereceu quase cem (100) salas de aulas, o Instituto Superior Walinga, ofereceu-nos dez (10) salas, no sábado passado ofereceram-nos oito (8) salas de aulas, por um empresário ou privado. Quanto a questão daquele período de matrículas não quer dizer que os directores cometeram algum acto delituoso, não, eles (directores de escolas) por exemplo, têm X salas e têm que matricular para X salas, não se pode matricular numa sala acima das suas capacidades, vais pôr elas aonde? Mas o governo disse: nenhuma criança na reavaliação vai ficar fora da sala de aula, se tivermos que utilizar o pavilhão-gino desportivo 27 de Março para servir de salas de aulas nós vamos utilizar, se tivermos que utilizar um outro pavilhão nós vamos utilizar, se tivermos que utilizar a igreja para servir de sala de aulas, nós vamos utilizar, mas na província do Moxico nenhuma criança vai ficar fora da sala de aulas desde que os pais apareçam para fazer a devida matrícula porque nós não vamos ter a capacidade de bater porta a porta… e fizemos uma aparição pública, nós pedimos para que aquele vizinho que tiver uma criança com um outro vizinho que não foi matriculado, façam denúncias, isso sim, vamos assumir porque isso nós falamos, talvez está a perguntar: Mas como sê não têm escolas suficientes e não têm carteiras? Ainda ontem, o Sr. Governador na conversa que tivemos, orientou para que façamos algumas cadeiras semelhantes às que a igreja tem, aqueles bancos corridos, porque não é crime fazer isso, crime é deixar a criança fora da sala de aula. Esses professores que saíram agora do meu gabinete antes de vocês entrar, nós estávamos a trabalhar com eles sobre a questão das passagens das guias de colocação para os municípios, se “deus” quiser hoje vamos concluir a passagem das guias para os municípios. É isso que nós estamos a fazer. Portanto, não é verdade que algum director tenha omitido de fazer nomes, é porque as normas são as seguintes: as salas de aulas têm um número determinado ou limitado de lugar, porque se nós não cumprirmos com as normas estariamos a incumprir as próprias normas. Portanto, não posso estar numa pressão desta natureza, a pressão deve ser resolvida com outra legalidade e não com ilegalidades, não podemos usar a pressão. Então, eu volto a dizer que eu sou uma pessoa que lidei muito com a imprensa, muito com a imprensa. Quando vem um documento e diz, o director Raimundo câ não é formado na área da educação é mentira. Fui Professor no Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda (ISCED), dei as matérias como as de Dificuldades de Aprendizagem, Necessidades Educativas Especiais e Metodologia de Investigação Científica. Fui professor numa das faculdades do Brasil onde eu, uma das minhas especializações é na área do lazer que tem a ver com a qualidade de vida, fui também professor nos cursos de Pós-graduação na área de Desvios de Aprendizagens, na Universidade a paz Salvador e professor na Universidade de Medicina em Angola”.

As pessoas não podem dizer que não presto para nada, eu passei todo o meu tempo a servir o Moxico desde os tempos da guerra. Eu nasci e cresci aqui, na minha terra natal que é o Moxico. A Associação Laulenu, fez saber ao director Raimundo que as denúncias contra o sector da Educação têm sido constantes e se tivéssemos que as publicar também seria diariamente. Dai, pedimos-lhe que sugerisse ao Laulenu o que podemos fazer para ajudar-lhe a melhorar o trabalho e minimizar os problemas que enfrenta assim como recuperar a imagem daquele importante sector. Por sua vez, Raimundo pediu-nos colaboração e que fizéssemos “o retrato sobre os trabalhos que foram feitos antes e depois do seu consulado… e “vejam só uma coisa muito interessante, dizem que o director da educação está a fazer um quarto na direcção provincial para as mulheres que ele chama de feias mulheres, meu deus, mas vocês não acham que temos que ter um lugar confortável para as pessoas comer e trata-las com dignidade? Há alguma maldade ao fazermos isso lá em baixo!? Qual foi a publicação que eles fizeram para elogiar o trabalho que está sendo feito em benefício dos próprios trabalhadores? Nenhuma. só querem a trabalhar e sujar a nossa imagem. Por exemplo, aqui não havia nenhuma casa de banho, mas hoje já temos casas de banhos, acho que ainda não estamos a 100%, mas começamos bem.  Aqui existia problemas graves de calúnias, difamações e censuras entre colegas, mas nós estamos a pôr fim a essas práticas todas, colocamos o informante ou o caluniador entre paredes, confrontamos tudo isso. Eu coloco os dois na minha frente e confronto-os no sentido de se acabar com este tipo de comportamentos que nós achamos serem nocivo ao ambiente de trabalho. Recebo muitas denúncias no meu gabinete vindo de pessoas de má fé que procuram manchar o trabalho de outros colegas, mas nós temos sabido resolver estes problemas.

É uma pena que vocês não sabem o que se passa aqui nessa instituição, sabem quantas pessoas é que constam na folha de salários dessa direcção provincial de Educação? São mais de 120 trabalhadores, e sabem quantos funcionários que vinham trabalhar antes de nós assumir a gestão dessa instituição? eram menos de 30 pessoas é que vinha trabalhar num universo de 120 trabalhadores… Se encontrassem aqui 30 pessoas a trabalhar era uma questão de sorte. Isso não é correcto, encontramos muita desorganização nessa direcção e nós estamos aqui a tentar reorganizar a desordem encontrada nessa casa. Uma outra coisa importante que nós fizemos aqui tem a ver com os Coordenadores de Disciplinas, de matemática, física e química que ficavam aqui na direcção sentados sem exercer os trabalhos ou nos cargos pelos quais haviam sido nomeados. Tivemos que passar as guias de recolocação para essas pessoas e foram colocadas nas respectivas escolas. Quer dizer, as pessoas ostentam categorias de Coordenadores, recebem dinheiro nos cargos de Coordenadores e não exerciam tais funções e ficavam aqui na direcção ganhando dinheiro simplesmente. Depois que tomamos medidas sérias contra essas pessoas, isso começou a dar problemas, nós já tiramos aqui mais de 70 pessoas ociosas e que não vinham trabalhar. Parte significativa dessas pessoas é que andam aí a falar à toa, propagam boatos sobre a figura do director da educação, mas nós assumimos esse compromisso e vamos continuar a disciplinar pessoas que desrespeitam as nossas regras e métodos de trabalho. Nós já tiramos aqui mais de 70 pessoas ociosas que podem contribuir nas respectivas escolas onde foram enviadas, e foram colocados nas escolas próximas de suas casas, tivemos que fazer justiça e fizemos justiça.

Por outro lado, sabem quantas auxiliares de limpezas que haviam aqui na direcção provincial da educação? Não, havia 18 trabalhadoras de limpeza, mas que apenas 3 trabalhadoras de limpezas fazem serviços de limpeza aqui na direcção. Tudo isso dói, dói saber que há pessoas que contribuíram para a desgraça dessa direcção. E essa nossa forma de trabalhar para acabar com fantasmas e inércia está a levar muita gente ao descontentamento. Então se havia escolas sem trabalhadoras de limpezas porque é que não deram os que aqui havia, se que existia mesmo, essa direcção não precisa de dezoito (18) trabalhadoras de limpezas, para quê tudo isso? Com 4 pessoas faz-se limpeza e não era necessário este número todo… na folha de salário contamos com dezoito pessoas, mas na realidade são apenas três (3) funcionárias é que prestam serviços aqui. Essas medidas que nós estamos a tomar estão a causar dor a essas pessoas e está a lhes doer mesmo. começamos por controlar a presença dessas pessoas aqui no trabalho, a assiduidade e não se pode atrasar, e quando atrasam são descontados no final do mês. A partir das 6 horas e 40 minutos todo mundo deve entra no seu local de trabalho e as 7 horas é para iniciar a jornada laboral, 7 horas não é para você chegar no serviço, é para o inicio da jornada de trabalho e as pessoas não têm esse hábito, mas nós estamos aqui para fazer cumprir as Leis. Muitas dessas pessoas são indisciplinadas e não querem cumprir com as regras, as regras não são impostas pelo director Raimundo, não, foram apenas colocadas ao alcance do director Raimundo e eu as faço cumprir apenas. Aqui não há professores, o que temos aqui são apenas figuras de professores e posso provar isso que estou a dizer-vos, são brincalhões e temos que acabar com todas essas brincadeiras. Portanto, então uma pessoa que está acostumada há 15 e 20 anos recebendo dinheiro sem trabalhar vai ficar satisfeito quando você disser, meu amigo, tens que trabalhar para ganhar dinheiro? Não, não vai ficar satisfeito porque não está acostumada a trabalhar.

Também dizem que o Director da Educação retirou do sistema aquelas pessoas que faltam ao serviço, não é verdade. Não fui eu, foi o Ministério das Finanças que tem essa competência de o fazer, não compete a mim remover alguém do sistema, portanto, essa informação é falsa. Nós sim, enquanto responsáveis da educação encontramos professores fantasmas, nós sim encontramos pessoas que não trabalhavam e recebiam dinheiro do Estado injustamente. Nós sim estamos tristes porque colegas nossos devidamente nomeados não recebem esse dinheiro, nós ficamos tristes quando um colega passa num concurso público e depois não é inserido no sistema como muitos vieram se queixar a nós, nós sim estamos a favor da legalidade e aquilo que não for legal acaba, o povo tem que fiscalizar. Então, o que nós queremos de vocês, é aquilo que vocês falaram que nos ajudem a trabalhar e a reportar a verdade sobre esse sector nas denúncias que têm vindo a receber sobre a nossa gestão enquanto Educação. Porque é o que eu vos disse no inicio, muitos de vocês são pais e não gostariam de ver os vossos filhos nem pais ou mães, nem mulheres e sobrinhos a serem chamados de ladrões num jornal, e não sei se vocês iam gostar. Lá no fundo da notícia você lê que o homem do SIC recebeu dinheiro com o coluio do Director da educação, que provem isso, provem que eu recebi dinheiro de alguém nesse concurso. Eu desafio-vos como jornal a provar as acusações que pesam contra mim de ter recebido dinheiro para fazer passar alguém no concurso público. E eu publicamente posso dizer as autoridades que me prendam, eu estou aberto que me prendam nas autoridades, mas também quem passou essa calúnia deve ser preso para ver se vai conseguir provar o que denunciou. Não é fácil receber um telefonema de um filho a dizer oh, pai, o quê é isso? Você andas em falcatruas e te mandar o documento ou o jornal onde leu tais notícias, hum, não pode. Depois nós estamos numa cidade familiar e pequena, e quando darem contas as pessoas vão começar por reconhecer que cada um é filho deste e daquele senhor. Isso depois pode se tornar num problema familiar! Ninguém vê isso à luz da justiça e passa a ser um problema de fórum familiar. Esse Dito Dalí, que vem escrevendo sobre nós, é filho do amigo pessoal do meu pai, é preciso ter-se muito cuidado com relação a isso. É melhor cuidar da imagem de todo mundo, não é o que se tem feito primeiro publicam as informações depois vêm pegar o contraditório aí vocês falharam. Mesmo que as denúncias forem verdadeiras antes procurem ouvir-nos também para não caírem na irresponsabilidade jornalística ao fazer isso. Dessa forma estaria a nos dar a oportunidade para se defendermos também dessas maldosas pessoas. De que forma essas pessoas vão puder provar que não tenho competências e formação para desempenhar as funções de Director da Educação. Muitos deles aqui têm idade de serem meus alunos e ninguém chega no meu nível académico. Eu que levei o País ao mundo através do Ministério dos Transportes, ainda me vem alguém dizendo que não tenho condições para liderar uma Direcção como a Direcção da Educação do Moxico? Risos. Jovens, mas está bom. Oiçam o que estou a vos dizer aqui, as pessoas querem o poder, não querem outra coisa. Nós queremos trabalhar para a nossa terra, essa terra é martírio, é aqui onde começou a guerra e é aqui onde terminou a guerra e temos que transformar essa terra e dar brilho nela. Vocês não têm noção dessa terra porque vocês nasceram muito tarde, nós temos que respeitar essa terra e não podemos sempre ficar nas costas dos outros, vamos libertar a nossa terra pelo conhecimento. Vamos condenar de todas as pessoas que passam os certificados falsos, vamos condenar todos os pais que não ponham os filhos na escola, vamos condenar todo o funcionário público que não vai trabalhar e fica na fofoca. Não é verdade que o Moxico não tem quadro, tem quadros sim, mas também há muita gente com má fé que querem destruir as boas práticas sociais como essas que nós queremos implementar aqui na Direcção da Educação, nós estamos num bom caminho, não estamos a 100%, mas estamos a 80 % e queremos avançar mais com a vossa ajuda”.

Olhando para a actualização das categorias dos professores o que tem a informar, visto que essa questão também dominou o leque das denúncias que dão conta de que estaria a inviabilizar certas pessoas para não serem actualizadas nas categorias de técnicos superiores, tal como foi denunciado nas nossas publicações. Alguém foi prejudicado, senhor director?

“Queremos vos garantir que a maioria já está actualizada e os que faltam estamos a fazer de tudo para que essas pessoas tenham a situação resolvida, neste momento estamos à espera de uma equipa que está por vir de Luanda para nos ajudar a resolver todos esses pendentes e estamos a trabalhar. Nós trabalhamos até nos finais de semana quando sabemos que temos muito trabalho por despachar e todo esse sacrifício só para vermos esses casos todos ultrapassados para o bem da nossa província. Estou a dizer-vos que tudo isso não passou de inverdades, então se o governo anunciou publicamente que os professores licenciados e não licenciados passarão a contar com as novas categorias no sistema, quem é sou eu para impedir a concretização desse direito? Não é verdade, são falácia vindas dos que estão descontentes com o nosso trabalho… o Moxico bateu recorde nas manifestações maldosas contra o concurso público. Como é que o Moxico até agora perdeu apenas nove (9) vagas e é o que mais saiu à rua para se manifestar. Dizendo que houve fraude no concurso público, como entender isso? Então o tribunal de conta veio cá reconhecer um concurso fraudulento? Que maldade dessa gente eh, dois juízes e mais técnicos do tribunal de Contas que vieram trabalhar connosco, verificaram papel por papel não se registou qualquer anomalia e ainda assim vêm pessoas de má fé querendo sujar o nosso trabalho? Não. Eu acho que devemos ser mais patriotas e unidos incluindo as pessoas que estão a vos passar as denúncias, e penso que devem ser aconselhadas a pararem com isso, eles têm o direito de serem aconselhados, têm sim.  Essas pessoas na sua maioria, senão todas, se fossem justas deviam aparecer, porque é que não apareceram, porque não têm coragem de aparecer por serem falsas. Agente não faz retaliação a ninguém, estão todos aqui, perguntem se alguma vez alguém já sofreu retaliação por terem caluniado o director ou qualquer funcionário aqui, antes pelo contrário, eu sei trabalhar com o contraditório e com pessoas que tragam contribuições válidas para melhorarmos o nosso trabalho. Agora, com covarde não.  Porque um indivíduo que está aqui dentro e sei que está aqui, e é meu funcionário de confiança produz um texto daquele, é um covarde. Se ele está a trabalhar comigo e tem informações privilegiadas e divulga, esse funcionário é um covarde e nem para ser meu amigo se serve, é um falso, não serve… e esse gajo são daqueles gajos que podem nos envenenar. Estás a comer com ele e pode te meter veneno no café! Aquele documento que foi divulgado foi pego aqui. Por exemplo, quando falaram sobre os recursos humanos dizendo que o director usurpou as funções dos recursos humanos, não, há questões internas que eu não vou entrar em detalhes para esclarecer sobre isso porque não é ético mesmo. Nós estamos a reorganizar o sector. Mas se nesse momento na nossa gestão quiserem saber onde está o fulano de tal e qual é a folha dele de salário. Há coisas graves que nós encontramos aqui, vejamos, há professores que trabalham no município do Moxico e suas folhas de salários pertencem no Alto-Zambeze, Lumeje-Cameia e outros município e vice-versa. Então tudo isso precisa ser organizado, como é que você vai poder saber se essa pessoa está mesmo lá a trabalhar ou não. É preciso fiscalização, organização e controlo, portanto, todo esse trabalho de organização e reorganização está a dar reviravolta”.

O que é que lhe parece as declarações do tribunal de contas?

“Olha, o aparecimento do tribunal de contas é normal, é normal que o tribunal de contas apareça e diga, aqui está bom, aqui está bom e aqui não está bom. Por isso que é tribunal de contas, é para fiscalizar e a vinda da senhora directora nacional dos recursos humanos é muito importante e ela não veio para o concurso, mas veio e aproveitamos beber da experiência dela sobre o exercício administrativo do concurso. Ela reuniu com todos os directores da Província da área de recursos humanos e explicou todos os ditames dos recursos humanos do país e da província e dos cuidados que nós temos que tomar… Por que porque nós temos aqui vícios seculares, vícios dentro do próprio sistema,vou lhe dar um dos vícios, as regras do MED, nenhum director deve permanecer no exercício das suas funções mais de três anos, salvo se o mesmo for reconduzido para mais três anos. No Moxico temos directores com mais de 20 anos no cargo de director e estão na ilegalidade e quando nós metemos cobro nessa ilegalidade então somos maus, mas nós só estamos a cumprir com os princípios estabelecidos. Temos coordenadores há mais de 10 e 15 anos no cargo, sabes quanto tempo um coordenador deve ficar no cargo? Apenas um ano renovável para mais um ano. Também estamos a mexer no bolso das pessoas, ou seja, estamos a substituir essas pessoas porque estão mais tempo no cargo e a ganhar o dinheiro de maneira indevida e como não bastasse, temos pessoas que foram nomeadas e nunca receberam o dinheiro de chefia e temos sido procurados por causa disso. E quando você diz, meu amigo, chega é preciso dar oportunidades a outras pessoas, logo você é visto como o mal da fita. É dar razão a quem tem razão. Portanto, eu penso que o mais importante é trabalharmos para a nossa província e para o nosso país, nós nunca fechamos as portas a ninguém, estamos abertos, muitas das vezes entramos nos gabinetes às 6 horas e saímos ou largamos às 20 horas por causa dos trabalhos apertados. Eu trabalho com heróis os resultados que nós temos nesse momento são extremamente positivos, eu sei que uma das coisas que causou essa indignação e descontentamento tem que ver com a lista de substituição dos directores que nós apresentamos, eu sei que isso mexeu muito com as pessoas, mas as pessoas têm que ser substituídas, não tem como não substituir essas pessoas, claro, à luz da Lei. A lei é muito clara , temos muitas pessoas e muitos angolanos que também têm o direito de praticar nesses lugares, não podemos promover o nepotismo  mas substituir podemos sim substituir à luz da Lei, portanto, em suma podemos dizer que as matérias que vocês publicaram são caluniosas e nós vamos provar que são caluniosas e têm que me dar provas sobre isso, eu estou a falar como director e eu sou um ser humano porque estou a trabalhar com uma equipa honesta, caso haver alguma irregularidade eu estou aqui para os corrigir. todos temos direitos e deveres, respeito o vosso trabalho porque estão a exercer o direito de cidadania, mas que nós também temos os mesmos direitos, agora, difamar as pessoas isso já não é bom. O Título da vossa denúncia foi muito pesado, acusaram-me de corrupto e incompetente!? Prontos, o facto de vocês terem vindo aqui já é muito bom, isso demonstra civilidade e muito mais, o diálogo deve permanecer. Nós aqui temos os nossos dados, a seu tempo vamos tornar público. O concurso que foi realizado aqui foi um sucesso, de resto são falácias apenas e nada mais.

“Para terminar, eu gostaria de vos agradecer por terem vindo falar connosco que nos permitiu apresentar a nossa versão dos factos. O meu conselho para vocês jovens é que continuem a trabalhar para o bem dessa província e não deixem de publicar vossas matérias desde que seja feita com algum rigor e responsabilidade, sem esquecer sempre de ir em busca do contraditório. porque os jovens hoje tornaram-se imediatistas e às vezes não olham pelas consequências. Mesmo vocês sendo de uma organização não quer dizer que estão isentos de serem levados a barra do tribunal e vice-versa. Portanto, analisem primeiro qualquer denúncia que vos apresentam antes de as publicar, procurem ligar para as pessoas e marquem encontros para conversarem connosco e escutar o que temos a dizer.  Façam isso com todo mundo para não serem acusados de estar a produzir notícias falsas. O que mais me deixou triste é o facto de terem me acusado que sou incompetente e não tenho domínio sobre o sector que dirijo, foi muito mal, ter ouvido e lido aquilo sabes nê.  Contudo, tudo isso surge porque estamos a fazer um bom trabalho e não está a agradar a minoria que aqui estão.

Muito obrigado mesmo por terem vindo e apareçam sempre, as portas estão abertas para vocês (Laulenu) para não ficarem apenas nos ouvir dizer. Sabemos que vocês têm algumas provas relacionadas com tudo isso que foi divulgado, de nossa parte queremos que nós ajudem a trabalhar porque todos queremos ver limpa a imagem desta direcção dirigida por mim, Raimundo Ricardo. Nós vamos tomar as medidas pedagógicas e coercivas se necessário. Porque não é justo um grupo a trabalhar para o bem e outro grupo a trabalhar para o mal, não estou a dizer se sim ou não, mas não é justo. Cuidem da nossa imagem, trabalhem para o bem da nossa província e não divulguem só o que vos mandam a nosso respeito, venham ter com a direcção para se informarem de tudo quanto tem sido feito por cá”.

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