Continuam violações contra os direitos humanos na região diamantífera das Lundas

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Os relatos sobre a violação dos direitos humanos na região leste de Angola, não são novos e surgem com maior incidência na província da Lunda-Norte, onde quase todas as semanas veem denuncias de assassinatos e outras práticas más, supostamente protagonizadas por agentes de defesa e segurança, bem como pelos efectivos das empresas de segurança privada contra cidadãos, na sua maioria garimpeiros.

A população revela que, o processo da “Operação Transparência”, que visou ao repatriamento “forçado” de estrangeiros “não passa de uma operação de charme”, pois argumentam, os expatriados “vendem na normalidade os diamantes”, principalmente nos municípios de Lukapa, Cuango, Capenda Camulemba e Xá-Muteba.

Dados apurados por este portal indicam que, as “casas” onde são comercializados os diamantes são protegidas pelos seguranças destas empresas privadas, cujos donos são generais e altas patentes da Polícia Nacional.

Na última semana, a população do município de Capenda Camulemba testemunhou a mais um incidente que por pouco resultaria em morte de mais um cidadão na Lunda-Norte, quando um agente de segurança afecto à empresa VISSAP, que segundo apurou O Decreto, tem como proprietário o Subcomissário, Victor Inacul e o oficial da polícia é representado pelo senhor Kahete, ex-director dos Serviços de Migração e Estrangeiros (SME)  no sector de Cafunfo, disparou contra um cidadão identificado por João Guerra Gonga.

O soba Ngana Cambolo, tio da Vitima, disse que, mesmo com o “acto criminoso” praticado pelo segurança, as autoridades policiais “não fizerem até ao momento para deter e responsabilizar” o presumível implicado no crime.

A vítima de 28 anos foi atingida na perna direita quando se dirigia a uma “casa” de compra e venda de diamantes, um local que para ele já era habitual, porquanto há vários anos vinha colaborando com um cidadão de nacionalidade Guineense (comprador de diamantes), conhecido por “Boss Keyta”.

Posto na porta, em companhia dos seus amigos, João Guerra Gonga foi impedido de entrar pelo segurança. “Devido a atitude do agente de segurança, eu não insisti e decidi sair do local, então foi quando o segurança pegou na arma tipo AKM e disparou contra mim no tornozelo direito”, contou a vítima.

O comando da polícia nacional em Capenda Camulemba ainda não se pronunciou sobre o incidente.

Estrangeiros voltam às zonas de exploração de diamantes com a cumplicidade da polícia

Os populares afirmam que, o retorno dos estrangeiros nas áreas de exploração diamantífera é cada vez mais evidente e vão liderando a venda das pedras preciosa nas sedes municipais do Cuango, Xá-Muteba, Capenda Camulemba, Luremo e Lukapa, com a “conivência” dos agentes da polícia nacional.

Segundo consta, são as próprias autoridades que têm permitido a entrada dos estrangeiros e lhes são igualmente atribuídos os documentos necessários para o acesso à venda dos diamantes nestas regiões.

Inicialmente os estrangeiros recebem documentos como comerciantes de fardo, o que de acordo com as denuncias, não condiz a verdade, pois “são os mesmos estrangeiros que simulam estar a fazer um negócio normal, mas compram e vendem diamantes, e ao mesmo tempo a patrocinar vários grupos de garimpeiros”, disse ao O Decreto um dos cidadãos.

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