Conselho Directivo repudia actos de agressão ao líder do CNJ por manifestantes

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A Comissão Directiva do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) “condenou” a tentativa de agressão ao líder do CNJ, Isaías Kalunga, por supostos manifestantes, quando na manhã de sábado, 17, teria se deslocado ao largo das heroínas, em Luanda, local da concentração de uma manifestação promovida pelo Movimento dos Estudantes Angolanos, contra os preços de propinas e emolumentos nas universidades públicas e privadas.

Fonte: Rádio Angola

Em comunicado enviado à Rádio Angola, a direcção do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) esclarece que o seu presidente, Isaías Kalunga deslocou-se ao local do protesto com o objectivo de juntar-se à voz dos manifestantes e ouvir de perto as grandes preocupações que os jovens estudantes exigiam.

“Lamentavelmente, para o nosso espanto, para além de jovens estudantes, estavam a participar nesta manifestação, militantes de partidos políticos com pretensões eleitorais, que aderiram à manifestação com objectivos diferentes da academia, ao verem no local o presidente do CNJ”, lê-se no documento.

Segundo a nota, estes teriam “mobilizaram os seus militantes para insurgirem-se contra a integridade física do presidente do Conselho Nacional da Juventude e buscar com isso ganhos políticos a favor da sua agenda eleitoral enganando a juventude com falsas promessas”.

O comunicado tornado público avança que “o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) é uma Organização de carácter social, apartidária e com personalidade jurídica própria. É pessoa colectiva de direito privado e sem fins lucrativos”, acrescentando “é uma organização de consulta, coordenação, concertação e comparticipação entre as organizações de juventude, instituições públicas e privadas no que diz respeito a todos os assuntos de juventude”.
Diante dos factos registados, o CNJ “manifesta o seu total repúdio a manipulação e a incitação da violência no seio da juventude angolana, com agendas que em nada irão resolver os seus principais problemas”.

A Comissão Directiva do Conselho Nacional da Juventude realça que, depois da conquista do calar definitivo das armas no país, depois da independência nacional, “as nossas atenções devem agora estar viradas para a manutenção do ambiente de paz e de reconciliação nacional que vivemos há 19 anos, na busca do desenvolvimento sustentável que todos almejamos para a nossa terra, para o empreendedorismo agrícola de modos a tirarmos maior proveito do nosso solo arável e darmos a nossa contribuição na luta contra a corrupção”.

O CNJ diz ter consciência dos principais problemas que a juventude padece, com destaque para a formação, o emprego e a habitação, “pois a oferta no mercado quer pública como privadas destes serviços ainda estão muito aquém da procura”.

Para a liderança do Conselho Nacional da Juventude a economia angolana está em recessão económica desde 2014 fruto da conjuntura internacional e da má gestão da coisa pública por parte de cidadãos que no exercício de funções públicas desviaram importantes recursos do Estado para as suas contas pessoais.

Na visão do CNJ, a má gestão da coisa pública por parte de determinados dirigentes teria deixado o Estado angolano sem capacidade para materializar ou concluir projectos de grandes impactos sociais, “situação que hoje se agravou com o surgimento da pandemia da COVID-19, que abalou fortemente a economia mundial fechando várias empresas em todo mundo incluindo Angola”.

De acordo com o Conselho Nacional da Juventude a mobilização da Juventude para a luta contra os males que enfermam a nossa sociedade, como o combate à corrupção e outros, deve constituir a prioridade das organizações juvenis.

“Corrupção nas instituições públicas mata mais que qualquer doença, deixa os hospitais sem medicamentos, deixa o estado sem capacidade de investimentos em escolas, universidade, fábricas, agricultura, etc, inibe investimento estrangeiro e atrasa o desenvolvimento de qualquer nação”, refere o comunicado a que a Rádio Angola teve acesso.

A nota finaliza apelando às organizações filiadas ao CNJ e à juventude em geral, “a promovermos acções que elevem a cultura da paz, da democracia, da reconciliação nacional, do amor ao estudo, a formação académica e a aderirem e promoverem manifestações pacíficas que visem a reivindicação de direitos justos cumprindo com todos os deveres, nos termos da constituição e das leis em vigor na República de Angola”.

No comunicado, o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) insta igualmente aos jovens a continuidade no cumprimento das medidas de biossegurança contra a pandemia da Covid-19 nos termos do Decreto Presidencial n° 82/21 de 9 Abril.
“A juventude também é chamada para esta luta, o vírus da Covid-19 ainda é uma ameaça permanente no mundo e devemos todos contribuir na luta contra esta pandemia, evitando os ajuntamentos, usemos as máscaras faciais e fiquemos distantes uns dos outros”, sinaliza.

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