CHINESES DA CIF ACUSADOS DE RACISMO E VIOLAÇÃO DE LEIS LABORAIS

Compartilhe

Somos um grupo de jovens cidadãos e trabalhadores da Central Térmica Lda. que sita no Km 44, sentido Bom Jesus, com sede em Luanda na rua 1° congresso do MPLA – bairro das Ingombotas, edifício S/N e número fiscal 5417576760. A empresa pertence ao grupo CIF (China International Foundation) que alberga mais de 15 empresas, sendo a Central Térmica e a fábrica de cimento as empresas do grupo que mais receitas apresentam.

A Central Térmica do KM 44 tem como principal cliente a RNT (Rede Nacional de Transporte) através da linha 814 CIF-ZEE (Zona Económica Especial Luanda-Bengo), pelo que por estar a exercer a sua actividade no nosso país devia respeitar a nossa lei, coisa que a direcção se nega a fazer mesmo possuindo dentro do conselho de administração membros angolanos.

A CIF Central Térmica tem como director local um cidadão chinês que atropela a nossa lei e é de certa forma incentivado e protegido pelos angolanos membros do conselho de administração.

Algumas irregularidades.

  1. Racismo: A direcção tem comportamentos racistas, de modos que na Central Térmica tem trabalhos que só os angolanos fazem, tais como: arrancar capim por baixo de linhas de tensões de 63 KV (subestação elevada), descarregar combustíveis pesados sem os devidos equipamentos de protecção individual, limpeza do local de trabalho entre outros;
  2. Favorecimento de expatriados em detrimento de angolanos: Não aceitam dar formação aos angolanos de modos a permitir que continuem a operar as turbinas e manter os seus lugares aqui no nosso país. De todos os expatriados que se encontram a trabalhar lá, apenas a chefe de departamento e o engenheiro de segurança possuem formação superior, enquanto os angolanos existe o maior número de engenheiros, mas não lhes é dada a formação para poderem operar pois uma vez feito isso já não haverá motivos para os chineses cá ficarem. Somos boicotados e nos deixam apenas fazer serviços auxiliares, onde até somos obrigados a ensinar esses serviços aos expatriados que segundo a direcção têm mais experiência que nós, o que não passa de uma mentira, pois muitos deles apenas têm formação fundamental e aprendem tudo na Central.
  1. A diferença salarial é abismal. Só para ter uma ideia, todos os trabalhadores do departamento de operação, incluindo os engenheiros angolanos desta empresa, auferem 45 mil Kzs como salário básico e que corresponde ao mais alto dentre os angolanos que ali trabalham, enquanto os chineses sem formação académica com apenas formação profissional auferem de 1.400 à 7.000 USD de acordo com o câmbio do dia do BNA;
  2. Atropelos à lei: Nos é descontado o INSS e IRT mas nem todos possuem um número/cartão de contribuinte do INSS, o que significa que não costumam depositar os valores descontados para a caixa de segurança social e aos chineses não são descontados nem IRT, dando-lhes a possibilidade de levar o dinheiro todo ao seu país.
  3. O combustível: Outro ponto que nos deixa intrigado é a origem do combustível usado na Central. A entidade que fornece combustível a Central é a PRODEL que compra o mesmo à SONANGOL, mas não existem facturas que indicam que a empresa compra este combustível a PRODEL (o que seria mais lógico, uma vez que a empresa não pertence ao Estado), mas isso não acontece .
  4. Falta de higiene e segurança: Na Central Térmica trabalha-se praticamente sem ter em conta a segurança dos trabalhadores, sendo os principais angolanos. Enquanto os chineses não fazem esses trabalhos de riscos muito por culpa do item citado no primeiro ponto. E quando não decidimos fazer estes serviços, eles abrem-nos processos disciplinares instaurados pelo escritório de advogados Fernando Santos, que chega a ter como resultado o despedimento (como o caso do nosso colega Félix Álvaro Joaquim José) e redução nos salários que já é pouquíssimo.
  5. Critério de qualificação: Existe um critério de qualificação existente na empresa, mas só para os estrangeiros, porque para eles todos os angolanos não prestam. Mas recrutam apenas angolanos formados para quê? E porquê? Se para eles todos os angolanos são iguais mesmo tendo formação ou não? Nós também não entendemos.

Leave a Reply