Benguela: Membros da sociedade civil pedem ao Presidente João Lourenço exoneração do governador Rui Falcão

Compartilhe

Um grupo de membros da sociedade civil afecto à Associação Tcheto, Organização dos Estudantes de Direito para Cidadania e do Movimento Revolucionário em Benguela, pede ao Presidente da República, João Lourenço, que exonere o Rui Falcão Pinto de Andrade do cargo de governador provincial, por considerarem que o mesmo “manifesta abusos do poder e incapaz de governar em prol do bem comum”.

Fonte: Rádio Angola

No documento tornado público, os membros da sociedade civil “exigem” igualmente que sejam exonerados Leopoldo Muhongo do cargo de vice-governador para o sector técnico e Infra-estruturas, Adelta Matias do cargo de administradora municipal de Benguela e Antonio Ndaka Ye Sunga do cargo de vice administrador do município de Benguela.

Para o grupo defensor dos direitos humanos, a província de Benguela “é liderada por um governo que não é sensível e solidário aos problemas do seu povo”, para quem “afirma-se incapaz no processo da conquista do desenvolvimento social, político, económico e cultural”.

O pedido de exoneração dos principais gestores da província das Acácias Rubras surge na sequência dos últimos desalojamentos forçados protagonizados pelas autoridades de Benguela, aos moradores do “Bairro das Salinas”.
Na carta, os membros da sociedade civil de Benguela lembram que, no dia 24 de Junho do ano em curso, a Administração Municipal de Benguela, sem um mandato judicial, mobilizou as forças da Policia Nacional, que isolou o perímetro do bairro das salinas.

Em acto contínuo, referem os subscritores do documento, as autoridades da Administração Municipal, dirigiram-se ao “Bairro das Salinas, onde demoliram casas, uma escola com sete salas de aulas e um posto médico construído com os recursos financeiros dos ex-habitantes do bairro das salinas”.

Recordam ainda que, os agentes da Polícia Nacional, no momento que cumpriam a ordem que o mandatário forense dos ex-moradores do Bairro das Salinas considerou ser ilegal, prenderam o jornalista Paulino Sangueve do jornal Manchete, a activista Delfina Silvano e o activista Emerson Marcos por fiscalizarem os actos que estavam a ser materializados pela Administração Municipal de Benguela.

“Prenderam também dois Cidadão que se encontravam praticando exercícios físicos naquele loca”, lê-se.

Condenam aquilo que consideram “actos antipatriotas, perpetrados pelos postulantes aos cargos públicos vestidos de indolência excessiva, incapacidade de envergonhar-se e paixão por orgias”, pelo que, alertam ao Presidente da República, João Lourenço para “os riscos que as vítimas foram submetidas as perseguições que estão sendo feitas ao regedor da zona B senhor Rafael da Costa, jornalistas e activistas que debatem sobre as demolições nas salinas”.

Solicitam por outro lado ao cumprimento da Constituição da República de Angola, que “em nome do acordo de paz assinado em 2002 solicitamos harmonia e tranquilidade nacional e em nome do slogan da governação liderada pelo senhor João Manuel Gonçalves Lourenço corrigir o que está mal e melhorar o que esta bom exigimos seriedade, compromisso e verdade na actuação por parte dos gestores da coisa pública em Benguela”.

Leave a Reply