BENGUELA: AGRESSÕES E DESVIOS DE ASSEMBLEIAS IMPEDIRAM ELEITORES DE VOTAR

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O município do Bocoio, em Benguela, está com 1.039 cidadãos que não puderam votar porque seus nomes foram transferidos a distâncias de mais de 15 km, porque houve Assembleias que não funcionaram. A Comissão Provincial Eleitoral (CPE) de Benguela está a impor um resultado que não corresponde com as actas reais que a UNITA e outros partidos de oposição obtiveram a partir das actas que seus delegados de listas trouxeram a partir das mesas de votos onde trabalharam.

Texto de Pinto Muxima

Na comuna do Monte-Belo, o comando provincial de Benguela mandou lá a Polícia de Intervenção Rápida (PIR) para intimidar os eleitores, que fixaram a cinco metros das mesas, e só se distanciaram depois das reclamações de alguns cidadãos corajosos.

A fraude na província de Benguela foi nua e crua, de uma forma em que até as crianças conseguem notar que houve roubo eleitoral, dizem alguns benguelenses. Ainda no Município do Bocoio, o comandante municipal da polícia prendeu os delegados de listas da UNITA sem nenhum crime. Sebastião Nguelengue, conhecido agente do SINSE e comandante municipal da polícia no Bocoio, anda a violar a lei de forma visível e sem medo de assumir isso. Meses antes das eleições, com a primeira secretária municipal do MPLA, Sebastião Nguelengue criou um grupo de delinquentes que provocou uma confusão e deslocação da população na povoação da Balança, onde até este momento abandonaram as suas casas por temerem a morte que elementos do MPLA prometeram-lhes. O comandante ameaçou ainda um cidadão dizendo que “aqui mando eu, quem quiser começar a guerra, a minha arma ainda está boa e pronta para eliminar todos vocês”.

Ao longo da confusão, testemunhas contam que Sebastião Nguelengue sentiu-se tão superior ao ponto de emboscar o secretário municipal da UNITA no Bocoio, José Manuel João Chilumbo, alegando que não pode içar as suas bandeiras em nenhum lugar do município pois aquele município pertence ao MPLA.

Sebastião Nguelengue aprisionou militantes da UNITA na comuna do Passe, na povoação de Lukunga, e mandou espanca-los até feri-los. A sangrar, levou-os ao tribunal mas saíram de lá sem culpa formal.

Dístico da Assembleia de Voto Desviada

O objectivo era mesmo intimidar as pessoas e impedi-los de votarem. No dia 23 de Agosto de 2017, o dia em que decorreu as eleições no país, no município do Bocoio, a Assembleia número 5923 sofreu um desvio do local onde tinha sido colocada, bem como outros materiais eleitorais.

O presidente desta mesa foi o cidadão Bernardo Kulala M. Kapundo. Abaixo publicamos as reclamações da UNITA e da ONG OMUNGA que trabalhou na observação do pleito, bem como a resposta da CPE.