Angola chora morte do músico Waldemar Bastos

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O músico angolano Waldemar Bastos morreu na madrugada segunda-feira, 10 de Agosto, em Lisboa, Portugal, vítima de doença, aos 66 anos, disse fonte do gabinete de comunicação do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola.

Nascido na província de M’Banza Kongo, o cantor, galardoado com o prémio de New Artist of the Year nos World Music Awards em 1999, estava em tratamentos oncológicos há um ano, refere a tutela angolana.

Em 2018, o músico foi distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção do Estado angolano nesta área. Apresentando-se com uma sonoridade que o próprio definia como “afro-luso-atlântica”, Waldemar Bastos foi também o único não fadista a cantar na cerimónia de transladação, no Panteão Nacional, em Lisboa, do corpo de Amália Rodrigues, de quem era amigo.

Radicado em Portugal, Waldemar Bastos foi um músico e compositor que viveu durante muitos anos no estrangeiro por alegada perseguição política do regime do MPLA. Em 2015, foi uma das vozes que se levantou protestando contra a prisão e humilhação de 15 jovens acusados pelo então PGR, general João Maria de Sousa de um falso golpe de Estado contra o então PR, José Eduardo dos Santos.

Numa entrevista a DW, em 2018, o músico decidiu desabafar em forma de denúncia contra atos que classificou como atropelos à liberdade artística. Numa nota colocada na sua página no Facebook, lamentava, por exemplo, o facto de muitas vezes lhe fecharem as portas para fazer espectáculos em Angola por não ser militante do partido no poder.

“Foram poucas ou nenhumas as vezes em que me deixaram cantar no meu país”, referiu o músico, natural de Mbanza Congo.

Neste mesmo ano, o músico foi distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, a mais importante distinção do Estado angolano nesta área.

Waldemar dos Santos Alonso de Almeida Bastos nasceu em 1954 na cidade de Mbanza Congo, município do Zaire, de onde saiu aos 28 anos de idade com destino a Portugal para escapar à guerra civil.

Família pede privacidade

Com profunda tristeza e dor, a família informa a todos que conheciam e apreciavam a sua música, que Waldemar Bastos faleceu ontem dia 9 de Agosto de 2020, vítima de doença prolongada.

Ficaremos com eterna saudade, carinho e com o seu amor incondicional à sua família, em especial como Pai e Avô.

Deixa a todos nós e em particular ao povo humilde de Angola o seu legado musical ímpar e de excelência.

Informaremos assim que possível pormenores acerca do seu funeral.

A família pede privacidade nesta hora muito difícil e pedimos a compreensão de todos.

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