A máfia e a permanência de Ernesto Muangala na Lunda-Norte

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A província da Lunda-Norte é governada há 12 anos pelo Ernesto Muangala, nomeado ainda na antiga gestão do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, cujos objectivos eram a protecção das empresas mineiras da antiga “família mais poderoso de Angola”, segundo as denuncias dos habitantes da região rica em diamantes.

Jordan Muacabinza
Fonte: Rádio Angola

Após a tomada de posse, Ernesto Muangala “apareceu com sorriso de falso profeta”, onde dizia que “tornaria a Lunda-Norte mais brilhante do que os diamantes”, facto que não se vê actualmente fruto das “políticas falhadas do Anjo Gabriel”, que o Presidente da Republica João Lourenço confiou-lhe o cargo para continuar a dirigir os destinos do povo sofredor.

No Cuango, os habitantes acusam o governador da Lunda-Norte de não ter disponibilizado verbas para a construção de Instituto Médio de Saúde, cuja primeira pedra para a sua edificação foi lançada a 17 de Julho de 2020, facto que para muitos, “é uma máfia” a permanência do “Anjo Gabriel do Presidente João Lourenço”.

A população lamenta que já lá passam dois meses, que as obras adjudicadas às empresas “Gusmapi Comércio Limitada e Soenco, projectos e consultoria Limitada”, a mesma está orçada em mais de 116 milhões de kwanzas, com prazo de nove meses para a sua conclusão.

O Instituto Médio de Saúde vai contar com 12 salas, das quais dois laboratórios, campo multiusos, um estacionamento, refeitório e um anfiteatro, que será construído num espaço de dois 2935 m2mil, que contará igualmente com uma sala de informática e uma cantina.

“Esta obra apenas uma simulação do governador, pois não tem orçamento, tirando o que está no papel e na prática não existe nada”, disse uma fonte, que acrescenta que “os gestores do Município do Cuango desconhecem a alocação de qualquer verba para a construção da referida infraestrutura”.

No dia 03 de Setembro de 2020, a Rádio Angola esteve no local onde foi lançada a primeira pedra para constatar o inicio ou não das obras, mas o certo é que “está tudo parado”, disse um dos responsáveis da empresa que tem a “missão” de erguer a escola pública de saúde.

A Rádio Angola sabe que a referida empresa aguarda pelos equipamentos, tais como máquinas e outros materiais para a limpeza bem como nivelamento do terreno.

A população de Cafunfo “desconfia” que “tudo não passou de uma simulação” do governador Ernesto Muangala para “enganar mais uma vez o Presidente João Lourenço”, para dar a “entender que tudo vai bem, quando na verdade a Lunda-Norte vai de mal para pior”.

O cidadão Domingos Elias disse à Rádio Angola que aguardava com toda a “expectativa desde o dia em que foi lançada a primeira pedra”, mas o que se nota, segundo afirmou, “noutras províncias é muito diferente com aquilo que se vê aqui”.

Araújo Muambongue, outro residente no município do Cuango referiu que “desde muito há tempo, as obras nesta região não têm havido transparência na sua execução”, porque na sua visão, “depois de governo ter disponibilizado as verbas para qualquer empreendimento, o governador é que tem de escolher empreiteiros da sua inteira confiança, e no fim de tudo isto há muitas obras a nível da província não acabada e com verbas pagas pelo estado”, disse.

Lembrou que, as mesmas obras transitaram para este Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM9), tendo como o exemplo, “o local onde se pretende construir o Instituto Médio de Saúde, é um lugar com cabouco avançado que era para a construção de uma escola, cujo referido empreiteiro ninguém sabe há anos o seu paradeiro”, afirmou Muambongue.

Outra preocupação é manifestada pelos habitantes do Município do Caungula, que“falam numa “sobrefacturação” nas obras para a construção de uma escola pública de dez salas de aula, em que o valor ronda aos 289 milhões de kwanzas, no âmbito do PIIM, ao contra do Instituto Médio de Saúde, em Cafunfo que vai custar aos cofres do Estado 116 milhões e 500 kwanzas.

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